Porto Design Biennale apresenta um programa, para a edição deste ano, que pretende lançar as bases para a criação de comunidades de mudança e nós, Mutante(s), não poderíamos deixar, como sempre, de partilhar eventos que temos como imprescindíveis para a nossa agenda cultural.
“Basta de desenhar futuros prováveis, possíveis e preferíveis — vamos desenhar, fazer e prototipar o presente!
Através do design podemos redescobrir a nossa capacidade de espanto, renovar o nosso ambiente e construir novas alianças. Podemos reconstruir-nos, centrando-nos nas experiências e nas coisas — pharmaka— capazes de gerar uma maior sensação de bem-estar e que nos mostram como viver melhor, apesar de atravessarmos tempos de contágio e de crise.” – Alastair Fuad-Luke.
Está fechado e desvendado o programa para a segunda edição da Porto Design Biennale. A ter lugar entre 02 de junho e 25 de julho nas cidades do Porto e Matosinhos, o evento organizará mais de 49 actividades que pretendem estimular o interesse do design na promoção novos discursos e práticas, que integrem a capacidade prospetiva da disciplina de delinear soluções inovadoras para problemas coletivos. Exposições, conferências, workshops e publicações compõem o corpo programático proposto pelo curador geral, Alastair Fuad-Luke, para uma edição que se quer realizar com a participação de todos — cidadãos, visitantes, profissionais e amantes do design —, gerando alianças estratégicas e efetivas para a construção de comunidades de mudança.
O programa principal da PDB’21 terá como um dos seus eixos principais a exposição Museu da Matéria Viva, onde o design é chamado a olhar a nossa relação sustentável com todos os seres vivos. A par da vertente expositiva, o Museu da Matéria Viva convocará um ciclo de expedições e workshops desenvolvidos por Alexandra Fruhstorfer, Áustria e Seçil Uğur Yavuz (Itália/Turquia); Julia Lohmann, Germany e Violaine Buet (França) e Alastair Fuad-Luke (Reino Unido/Portugal) e Tiago Patatas (Portugal). Tendo como pontos de instalação o Palacete Viscondes Balsemão e a Praça Carlos Alberto, Cuidado Radical: Arquiteturas de Amor e Reciprocidade, uma proposta orientada por Ana Jara (Artéria, PT) e Alberto Altes (ES), vai reunir histórias de práticas que contribuem para aumentar os níveis de cuidado e de amor no planeta e sobre o planeta, resistindo ao cinismo e à irresponsabilidade tóxica. Ainda no espaço do físico, Habitar 424, com curadoria do Fran Edgerley e Inês Marques (Reino Unido) e do El Warcha (PT), vai pôr em marcha um workshop desenvolvido por e para a comunidade sem-abrigo do Porto. O projeto tem o objetivo de reconceptualizar o entendimento comum dos sem-abrigo, proporcionando ao mesmo tempo crescentes recursos comunitários para o futuro. Na inevitável extensão ao online, o programa geral da PDB’21 lançará a exposição Linhas Invisíveis, curada pelo CRA-Carlo Ratti Associati em colaboração com o MIT Senseable City Lab, que apresentará um olhar sobre o processo de gentrificação e nova guetização da cidade com recurso à Big Data.
Complementando a vertente instalativa, a Porto Design Biennale contemplará ainda dois espaços especialmente vocacionados para o debate: uma série de podcasts direccionados para a as ideias lançadas pelo programa (Vozes do Atelier, com curadoria de André Cruz) e o ciclo Perspetivas Periféricas: Conversas às Sextas, que propõe um conjunto de colóquios participados por académicos interdisciplinares, pensadores não académicos, designers, artistas visuais e performativos e cidadãos.
A edição 2021 da Porto Design Biennale (PDB) é promovida pelos municípios de Porto e Matosinhos e organizado pela esad–idea, Investigação em Design e Arte. O grande desafio do evento para este novo ano é o de convocar a sociedade, a academia, a indústria, as instituições e os agentes culturais para uma reflexão dinâmica sobre a construção de um futuro “glocalizado”.
Para desvendar todo o programa, sem perder pitada do que vai acontecer e não deve perder, consulte o site da PDB, no link abaixo. •