Os Birds Are Indie – trio conimbricense composto por Ricardo Jerónimo, Joana Corker e Henrique Toscano – completam 15 anos de existência neste 2025. Uma marca impressionante para uma banda que começou, num ido fevereiro de 2010, num quarto frio em Coimbra, entre uma guitarra desafinada e uma pequena pandeireta. Abençoado fevereiro de há (quase) quinze anos.
Ao longo de uma década e meia, lançaram seis álbuns, vários EPs e singles, realizaram centenas de concertos por Portugal e Espanha, aprenderam a tocar vários instrumentos e até passaram a gostar de estar em palco. Mas, como confessam, nunca se livraram por completo da “síndrome do impostor”, uma sensação que deu nome às celebrações deste aniversário: “15 years of imposter syndrome”.
Para quem os segue desde os primeiros acordes, de uma adorável timidez em palco e de todo um minimalismo musical – da lírica ao naipe instrumental com que nos brindavam – quase ousamos dizer que estamos na presença de uma metaformose de singelos Mellisuga helenae (ave considerada a mais pequena do mundo) para Grou-Sarus (ave classificada como a maior, voadora, do mundo), dentro do seu universo muito próprio. Todavia, nunca perderam a delicadeza do Mellisuga helenae. Criaram, sim, o equilíbrio perfeito entre os tímidos sorrisos próprios de quem permanece verdadeiramente independente e a capacidade de voar com novos e múltiplos instrumentos fazendo dos mais variados palcos o seu habitat natural. Mais se acrescenta que se pegarmos no primeiro álbum e no último quase, mas só quase e por nano-segundos, pensamos se serão os mesmos (mas claramente são). Cresceram de uma indie pop minimalíssima para um indie rock tão bem incrementado que os levou a serem desafiados para uma cover de uns históricos Tédio Boys ou até a super “Sex Beat” dos Gun Club, sem esquecer os seus originais mais recentes que nos fazem não conseguir estar sentados.
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Tocam num Super Bock em Stock (Lisboa) e num Gliding Barnacles (Figueira da Foz) para mais de mil como tocam em Bares-Concerto desta vasta Península Ibérica para 10, sempre o mesmo respeito e postura profissional por quem assiste, tentando deixar sempre tudo em palco, seja em concertos onde o público ganha vida própria, seja em concertos com um grau intimista bem cativante, seja para mais de mil ou para 10.
Para assinalar esta data, os Birds Are Indie prepararam uma edição especial em vinil, com o selo da Lux Records, e uma mini-digressão que arranca em Coimbra, no Salão Brazil, com dois concertos imperdíveis e alinhamentos totalmente distintos.
07 de fevereiro de 2025, 22h00 – (com Bea Bandeirinha na 1.ª parte), Salão Brazil.
08 de fevereiro de 2025, 22h00 – (com Rapaz Improvisado na 1.ª parte), Salão Brazil.
Ambas as noites contam com convidados especiais que irão juntar-se ao trio em palco para revisitar a sua discografia, tornando estas atuações verdadeiramente únicas. A celebração prossegue no Barreiro (Sala 6, a 21 de fevereiro) e termina em Évora (Sociedade Harmonia Eborense, a 22 de fevereiro), local onde tudo começou, com o primeiro concerto da banda, em 2010.
Convidados especiais nos concertos de Coimbra:
Ana Trindade (Marta Bajouco Trio), Bea Bandeirinha, Filipe Fidalgo (Filipe Furtado Trio/help!), Francisco Frutuoso (Eigreen/Human Natures), João Fragoso (Duques do Precariado), Joel Madeira (Rapaz Improvisado/Ricardo Grácio Trio), Leonel Mendrix (Rapaz Improvisado/Fio-Manta) e Sofia Leonor (So Dead/From Atomic).
Não sabendo se haverá bolo ou não, mesmo assim é festa de dois dias a não perder, em Coimbra, no Salão Brazil. •