A transparência e o movimento convertem-se em leveza o Golden Hour, nome atribuído pela designer portuguesa ao conjunto de peças expostas no átrio do hotel Tivoli Avenida Liberdade, em Lisboa.
O enorme círculo em acrílico amarelo fluorescente disposto no lobby do hotel Tivoli Avenida Liberdade deixa antever a essência de Golden Hour: “Pode traduzir-se numa ode ao sol”, à luz dourada da época de estio, que aqui se apresenta numa pose estática. A declaração é de Ana Trancoso, a designer portuguesa criadora desta enorme peça, a quem foi dado o obséquio de dar as boas-vindas a quem chega a este nonagenário cinco estrelas da cidade de Lisboa.
Para complementar esta homenagem à luz maior que transforma a noite no dia,Ana Trancoso cria uma estrutura suspensa composta por vários círculos a partir do mesmo material com a mesma cor. Trata-se de um móbil. Foi desenvolvido a cerca de dez metros de altura e está instalado na claraboia do átrio do Tivoli Avenida Liberdade, onde a luz solar, em contacto com cada peça, recria um cenário cinético em qualquer hora do dia. Eis o resultado da inspiração no trabalho do pintor e escultor norte-americano Alexander Calder igualmente determinada pela “leveza e delicadeza” desta majestosa peça contemplativa, não só pelos jogos de luz e sombra, que desenham reflexos de círculos amarelos, a invocar o sol, em diferentes partes do átrio, que imprime a elegância no movimento. Uma espécie de paradoxo à peça alusiva ao sol “estático” instalado no lobby do Tivoli Avenida Liberdade.
“É como se estivesse a trazer o calor para um hotel que não está perto da praia”, enfatiza a autora deste Golden Hour, constituído por outro móbil, mas mais pequeno, no qual uma das peças é em acrílico amarelo opaco. Porquê? Talvez para deixar a marca da assimetria natural, que tanto aprecia e que seja apreciada, no seu conjunto, até ao final do verão deste ano.
Quem é a autora do Golden Hour?
Ana Trancoso estudou, em 1988, arquitetura de interiores na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva. Apesar do espírito livre que caracteriza a designer portuguesa, a formação clássica desta instituição lisboeta permitiu-lhe “um entendimento fundamental de proporção, equilíbrio e harmonia”, como se lê em comunicado. Todo o percurso está marcado “pela criatividade e autenticidade”, bem como pela subtil ação de cruzar o orgânico, com as imperfeição que lhe são inerentes, e o clássico, mesmo durante o tempo que esteve mergulhada no mundo editorial, no qual exerceu a função de editora das revistas Elle e Vogue, por exemplo.
“No seu trabalho, como na vida, procura a beleza da autenticidade, sem artifícios ou filtros, apenas com a verdade das formas e das emoções que cada ambiente pode transmitir”, tal como neste Golden Hour, que constitui o somatório de um compromisso de apoio às artes por parte do Tivoli Avenida Liberdade, no âmbito do projeto Tivoli Art Collection, criado em 2022, que advém das mais de 14 exposições que ocorreram entre 2011 e 2016 neste cinco estrelas da cidade de Lisboa.
