Novo álbum. novas melodias. São os sons que nos levam para um universo de equilíbrio sensível entre o sonho e a realidade de Noiserv com novas surpresas no meio de músicas – “I’m not afraid of what I can do” a voz digital que nos desperta curiosidade ao lado da despida de Noiserv; ritmos de embalar – sons simples do berço e não só; músicas tão curtas e tão cheias – “47 seconds are enough if you have one thing to do”. 47 e nem mais meio segundo; letras que são histórias contadas de factos – “It’s easy to be a marathoner even if you are a carpenter”, onde o desistir não cabe, nem nas palavras nem na melodia; novas interpretações e arranjos a serem ouvidos da primeira à última música, sem tropeços. Já vão mais de dez anos nas lides musicais e Noiserv, a.k.a. David Santos, continua a criar um mundo de sonoridades com um estilo e timbre tão seus, no ponto exato para o mundo que constrói com as suas melodias e letras singulares.
Sob o improvável título de A.V.O./ Almost Visible Orchestra, figurando dez canções e com os precisos 30 minutos de duração, este segundo trabalho de originais reserva-nos, ainda, uma agradável e inesperada surpresa. Pela primeira vez, Noiserv deixa a solidão para chamar Rita RedShoes, Luísa Sobral, Francisca Cortesão (Minta), Luís Nunes (Walter Benjamim), Afonso Cabral e Salvador Menezes (You Can’t Win, Charlie Brown) e Esperi, todos, ao mesmo tempo, numa música – “I was trying to sleep when everyone woke up”, vozes que dão embalo especial a esta música, já quase no fim do álbum. Será que estes convidados acordaram, num dia destes, o David? É um bom (re)acordar, garantidamente. A ser editado dia 7 de outubro, A.V.O. junta, na edição física, ao trabalho musical seguro uma ilustração (de Diana Mascarenhas) num puzzle de dois lados, impossível de não desmontar e montar. Sons a descobrir e a ouvir porque o lema deve ser “Don’t say hi if you don’t have time for a nice goodbye”. (E nestes 30 minutos há tempo, do bom!). •
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© Fotografia: Vera Marmelo