“No canto imparável da Aldina, há um entusiasmo que nos empurra, nos abraça, ouvimos-lhe a canção cantando com ela, e conquistamos o xaile, o cravo, a rua, o passeio, o dia livre, conquistamos a vida”, Jorge Silva Melo.
Aldina Duarte já leva 20 anos de canções. E, para celebrar a data, a fadista sobe ao palco do Grande Auditório da Culturgest , onde irá apresentar “O Que Nunca Direi”, em duas noites nas quais percorre tantos anos de canções que falam de amor, de Lisboa, da vida que o fado também gosta de cantar. Autora de inúmeros fados – a Sociedade Portuguesa de Autores tem registados mais de 70 poemas da sua autoria – Aldina Duarte é exímia a interpretar algumas das canções mais tradicionais deste género musical. A jornalista Ana Sousa Dias descreveu-a como “um furacão bom. (…) A voz dela, que numa misteriosa contracurva passa pelo coração antes de sair boca fora, não nos larga distraídos numa tarefa que não seja a de ouvi-la”.
Entrou no fado já tarde, com 24 anos, pela mãos de Beatriz da Conceição; organizou as Noites de fado do teatro da Comuna, foi parceira de casamento e das canções de Camané; e ainda uma das organizadoras do espólio e elaboração de coletâneas de Raul Ferrão e Alfredo Marceneiro. Estas são apenas algumas das referências do trabalho de Aldina Duarte que gravou o seu primeiro trabalho, “Apenas o Amor”, em 2004, quando já levava 10 anos a cantar em casas de fado e no mítico restaurante Sr. Vinho, a casa de Maria da Fé.
Por agora, aguarda-se a estreia do documentário “Aldina Duarte: Princesa Prometida”, que se encontra a ser preparado por Manuel Mozos, com base num concerto, entrevistas com a fadista e alguns depoimentos.
Para ver nas noites de 7 e 8 de março, às 21h30, na Culturgest, em Lisboa. A partir de 5€. •
© Fotografia: Rita Carmo.