Jazz? É em agosto.

Se é um apaixonado pelo estilo, vai gostar de saber que o “Jazz em Agosto”, na Gulbenkian, foi distinguido internacionalmente pela Europe Jazz Network (EJN) atribuiu-lhe o EJN Award 2014. E melhor, está de regresso em 2014!

Primeiro, sobre o reconhecimento. Foi a 3.ª edição do Europe Jazz Network Award for Adventurous Programming in European Music que, em 2013, foi atribuído à Bimhuis, sala de concertos dedicada ao jazz em Amesterdão, nos Países Baixos, e em 2012 ao Twelve Points Festival, localizado em Dublin, na Irlanda. E o que lhe deu o prémio? Segundo o júri – “The festival has a strong identity, developed over the course of three decades“; “Always books great artists and is now a significant festival in the history of European jazz“; “A good example of an imaginative initiative from a Private Cultural Foundation“; “A fantastic and unique open air venue in the gardens of the Gulbenkian Foundation – what a lovely place to enjoy good music!“. A EJN é uma associação que reúne todo o tipo de intervenientes na área do jazz, entre produtores, programadores, festivais, clubes e organizações e que tem como missão promover a identidade e a diversidade do jazz na Europa, tornando cada vez mais forte a visão desta música como uma força educacional e cultural.

Segundo, o desejado programa para 2014. Para fazer jus a esta merecida nomeação, o “Jazz em Agosto” vai  fazer por superar, de novo, expectativas ao longo da 31.ª edição que se avizinha. Para tal, propõe um programa desafiante pelo universo do jazz contemporâneo, dos dias 1 a 10 de agosto, com uma série de 10 concertos no Anfiteatro ao Ar Livre, a que se juntam sete sessões de filmes documentais, no Auditório 3, na Fundação Calouste Gulbenkian. E porque as boas notícias continuam, o festival lança ainda este ano o álbum “Pharoah & The Underground”, no âmbito da “Jazz em Agosto Series” – uma parceria entre a reconhecida editora jazz Clean Feed e o “Jazz em Agosto”, (o álbum foi gravado a 11 de Agosto de 2013, “Pharoah & The Underground” e é o 6.º álbum em CD e o 1.º em LP da “Jazz em Agosto Series”, um registo único da colaboração entre Pharoah Sanders, Rob Mazurek e os coletivos São Paulo e Chicago Underground). Eis o alinhamento (todos os concertos têm início marcado para as 21h30):

01/08, James Blood Ulmer Memphis Blood Blues Band feat. Vernon Reid / E.U.A.;
02/08, Evan Parker & Matthew Shipp / E.U.A.;
03/08, Marc Ribot Ceramic Dog / E.U.A.;
04/08, Marc Ducret Real Thing #3 / França;
05/08, Luís Lopes Lisbon Berlin Trio / Portugal, Alemanha;
06/08, Franz Hautzinger Big Rain / Áustria, Japão, E.U.A.;
07/08, Fred Frith, Joëlle Léandre, Hamid Drake / Reino Unido, França, E.U.A.;
08/08, MMM Quartet / França, Reino Unido, Suécia, E.U.A.;
09/08, Massacre / Reino Unido, E.U.A.;
10/08, L.U.M.E. Lisbon Underground Music Ensemble / Portugal.

E, por fim, complementando a programação, o Festival propõe sete sessões de cinema documental no Auditório 3, da Fundação Calouste Gulbenkian:
“The Soul of a Man”, de Wim Wenders (2003). O primeiro dos sete filmes que compõem a série televisiva “The Blues”, produzida por Martin Scorcese, com testemunhos de Shemekia Copeland, James Blood Ulmer, Lou Reed, Nick Cave e Marc Ribot, entre outros; (será exibido duas vezes);
“The Breath Courses Through Us”, de Alan Roth (2014). Um filme documental comemorativo do 50.º aniversário do New York Art Quartet. As primeiras imagens do filme assinalam a digressão que a formação deu para celebrar o seu 35.º aniversário e que passou pelo Jazz em Agosto em 2001.
“Dancing To a Different Drummer”, de Julian Benedikt (1993-1994). Aborda a música e o percurso do baterista Chico Hamilton, companheiro de Dexter Gordon ou Charles Mingus, que atuou no Jazz em Agosto 1996 com a sua banda Euphoria;
“BasseContinue”, de Christine Baudillon (2008). Um retrato intimista da contrabaixista Joëlle Léandre, presente nesta 31.ª edição do Festival e uma das artistas mais importantes da música improvisada;
“Step Across The Border”, de Nicolas Humbert e Werner Penzel (1990). Melhor Documentário dos European Film Awards de 1990, é um filme experimental, em que a música de Fred Frith, na época do projeto Keep The Dog, é o único fio condutor para as imagens que se sucedem;
“Terje Rypdal & The Chasers”, no Jazz em Agosto 1985, foi um concerto gravado pela RTP nesta que foi a 2.ª edição do Festival.
É colocar na agenda e ir. Não há desculpa para não ir a um evento de luxo, na cena musical jazz. Boas sonoridades! •

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