Ernesto Korrodi, um traço da arquitetura que nasceu na Suíça (Zurique – 1870) e se naturalizou português e que, há muito, associamos a Leiria, ao seu castelo, tem uma Rota que espera por si.
A Rota de Arquitectura Korrodi está de parabéns e celebra dez anos com um programa único no próximo sábado, dia 21 de junho. Trata-se de um projecto independente que assenta na investigação, formação e divulgação do património construído, partindo da cidade de Leiria e tem criando pontes com outras áreas do país, através da parceria com diversas instituições públicas e privadas.
A homenagem ao arquiteto Ernesto Korrodi tem, também, contribuído para valorizar o trabalho de outros artistas, mestres e arquitectos, quiçá não tão conhecidos para um público mais abrangente, como Narciso Costa, Camilo Korrodi (filho de Ernesto Korrodi), Lino António ou Augusto Romão, mas que é tão precioso conhecer seus traços. Neste momento de celebração é promovida uma sessão de conferências com Genoveva Oliveira, Saul Gomes e Vitorino Guerra que irão apresentar três momentos de reflexão sobre questões que espelham a importância de investigar e de educar para o património, como ferramenta de preservação e salvaguarda da memória arquitetónica, e tendo a obra de Korrodi – na arquitetura como autodidata, mas já em 1899 sócio da Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos, da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses e em 1926 foi-lhe concedido pelo Governo Português o título de Arquitecto – como base e mote para a mesma reflexão. A saber, eis os temas:
Genoveva Oliveira – “Rota de Arquitectura Korrodi: um projecto de educação artística e patrimonial – A difícil tarefa de educar o “olhar”, saber interpretar e valorizar as intervenções no património, no seu tempo, saber reconhecer em Korrodi uma contribuição única para o património construído com um traço rico e complexo;
Saul Gomes – “Ernesto Korrodi e o património histórico e artístico português”, tem obra edificada em todo o país, tendo Leiria alguns dos projetos mais importantes dos quais destacamos: Paços do Concelho, Edifício Zúquete, Banco de Portugal, Casa do Arco, Castelo de Leiria…., entre outras – Leiria foi cidade na qual viveu e viria a falecer em 1944.
Vitorino Guerra – «Educação e Património» (Korrodi e a questão do museu), como educação foi professor sendo em 1889 colocado na Escola Industrial de Braga e em 1894 transferido para a Escola Industrial de Leiria, aí criou uma pequena escola de cantaria artística, a expensas suas; um suma muito suma de um vasto percurso que exige ser conhecido. Não esqueçamos, também, os dois Prémios Valmor que lhe foram atribuídos, em 1910 e 1917.
Às conferências junta-se um percurso pedestre, conduzido por Genoveva Oliveira, pela Rota de Arquitectura Korrodi, que recomendamos uma vez que já o fizemos. Um caminhar sobre a memória construída de um traço que deixou bem gravado o seu nome na arquitetura portuguesa, nuns finais do século XIX, inícios de XX.
Assim, dia 21 de Junho, sábado, a partir 15h30 tem reservado um programa bem interessante, em Leiria. Ponto de encontro é no Salão Nobre do Palácio dos Ataídes, na Fundação Caixa Agrícola de Leiria, a participação é livre e não é necessária inscrição prévia. Que faz no próximo sábado? Vai uma aula de história da arquitetura? •
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© Imagem: pormenor do cartaz de divulgação.