O GUIdance está de regresso para Guimarães ser, de novo, Capital da Dança, na 5.ª Edição do Festival GUIdance.
Entre os dias 05 e 14 de fevereiro, Guimarães é capital da dança com um cartaz recheado de estreias e estrelas que fazem do seu corpo a forma de expressão e emoção. São duas semanas em que se celebrará a dança contemporânea com nove espetáculos que passarão pelos palcos do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) e da Plataforma das Artes e da Criatividade, um festival onde é consolidado um forte apoio à criação nacional, com janela virada ao mundo. A abrir o festival, já no próximo dia 05 de fevereiro, pelas 22h00, o Grande Auditório do CCVF é palco para a estreia absoluta de “Nostos (uma eventual penumbra de ambiguidade)”, a mais recente proposta coreográfica de André Mesquita, que tem como título a palavra grega que designa “retorno a casa”. “‘Nostos’ quer-se como um retorno à ideia do corpo/casa – ao corpo/estrutura enquanto sustentáculo ideológico e performativo de uma dança do interior, num movimento em relação direta com a música“. Ou não fosse o corpo a casa habitada pelas nossas emoções e ações.
No dia seguinte, dia 06 de fevereiro, também pelas 22h00, o Pequeno Auditório do CCVF acolhe uma nova estreia. “LAUF (in a course of a lifetime)” chega a Guimarães pelas mãos da coreógrafa Silke Z., o realizador e compositor sonoro André Zimmermann e o bailarino e criador de vídeo António Cabrita. Este espetáculo é criado com base na dependência entre o corpo, a imagem, o som e o cenário. Depois da desconstrução e posterior reconstrução de cada elemento no processo de criação, a peça reinventa-se nos detalhes, tomando forma num todo, com um novo sentido abstrato. No sábado, 07 de fevereiro, pelas 18h00, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade sobe ao palco “O Esplêndido”, com carimbo da associação cultural Máquina Agradável. Baseado na peça de Jean Genet, “Splendid’s”, este espetáculo transpõe a encenação de um texto dramático para a linguagem da dança contemporânea. Como mote, e mais atual do que nunca, a ideia de poder como uma metralhadora sem balas que mesmo assim não se quer largar. No mesmo dia 07 de fevereiro, às 22h00, no Grande Auditório CCVF, o espetáculo “Planites”, da grega Patricia Apergi. Último trabalho da companhia Aerites, “Planites” parte de onde “d.opa!” e “Era poVera” (anteriores espetáculos) terminaram. A peça mantém o espírito de navegação pelo labirinto urbano, mas desta vez os elementos são reavaliados para que os conceitos das ruas e da derivação incluam os estrangeiros, os emigrantes, as pessoas que viajam por opção ou por força das circunstâncias.
O GUIdance retoma a programação no dia 12 de fevereiro, pelas 22h00, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade com outra estreia absoluta, “432 Hz”, de Filipa Peraltinha. O título fala de uma frequência considerada perfeita que nos conecta ao todo e a nós próprios de forma harmoniosa, pacífica, empática e intuitiva. No dia seguinte, 13 de fevereiro, às 22h00, o Pequeno Auditório do CCVF acolhe dois solos: “bear me”, de Cristina Planas Leitão, um solo desdobrado em vários, em constante desenvolvimento que explora a relação entre eu e tu; entre performer e público; entre Homem e sociedade; e “Um Triste Ensaio Sobre a Beleza”, de Mara Andrade, uma peça que inspira na inevitável hétero e auto-observação de processos individuais de marasmo, melancolia ou desaparecimento que motivou a criação. No último dia da 5ª edição do GUIdance, 14 de fevereiro, pelas 18h00, a Black Box da Plataforma das Artes recebe a estreia absoluta de “Projeto Continuado (2015)”, de João dos Santos Martins. A ideia de que os corpos possam ser coreografados por algo exterior a si próprios serve de base para esta criação que repensa a ideia de corpo individual e coletivo. À noite, no dia 14 de fevereiro, às 22h00, o GUIdance despede-se no Grande Auditório do CCVF com a estreia nacional da peça “A Tecedura do Caos”, de Tânia Carvalho. Aqui, o corpo da Odisseia de Homero é o de um percurso infinito de regresso que conduz a um reencontro, e, por fim, a uma espécie particular de redenção do seu herói. Espetáculos, todos, onde deve marcar presença!
À semelhança das edições anteriores, o GUIdance inclui atividades paralelas que possibilitam a bailarinos e alunos de dança de nível avançado a frequência de masterclasses que, este ano, serão orientadas por André Mesquita (dia 06 de fevereiro) e Tânia Carvalho (dia 13 de fevereiro), dois autores que fazem a estreia das suas mais recentes criações no GUIdance 2015. As inscrições para as masterclasses podem ser efetuadas através do formulário disponível no site (ver link no final do artigo).
O GUIdance 2015 também é espaço de antevisão. Neste contexto, a Útero propõe-nos uma zona de pesquisa que antevê os ensaios da peça “Pântano”, fazendo um convite a vários criadores para desenhar doze eixos possíveis que irão ser a base dos ensaios e da nova criação. O objetivo é ligar esta parte do trabalho ao público através da apresentação deste lugar, valorizando ao mesmo tempo o processo criativo no caminho desenvolvido por um criador e fazendo desse processo uma natural antevisão da criação em questão. Intitulada “12 Mandamentos”, esta apresentação da Útero tem estreia absoluta no âmbito do GUIdance nos dias 12 e 13 de fevereiro, às 19h00, no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitetura, e conta com a presença do músico Carlos Zíngaro e do bailarino Romeu Runa. Um festival riquíssimo de aprendizagem, troca de saber e espetáculos de dança de excelência. Tome nota na sua agenda e apareça no GUIdance 2015. •
+ CCVF
© Fotografia de destaque: “Nostos”, Bruno Simão.
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