Depois do lançamento do disco Valencianas e de dois espetáculos acompanhado pela Orquestra Ouro Preto que encheram a Casa da Música e Teatro Tivoli em janeiro, o cantor Alceu Valença está de regresso a Portugal, em nome próprio, para três concertos onde vai querer marcar presença.
Esta digressão de verão inclui três concertos em Portugal – Braga, Sta. Maria da Feira e Sintra – e um na Holanda – no âmbito do Festival Viva Brasil. Se em janeiro veio num formato diferente, acompanhado pela grande Orquestra Ouro Preto, desta vez, o cantor vem acompanhado pela sua banda formada por Paulo Rafael (guitarra), Tovinho (teclados), Nando Barreto (baixo) e Cássio Cunha (bateria), músicos que fazem parte do ADN do artista, num formato que tão bem conhecemos de Alceu e que tanto conquista plateias que cantam, com ele, todo o alinhamento.
A alquimia valenciana condensa a genética da música nordestina, com referências ao xote, o forró, a toada, o coco ou a embolada num caldeirão sofisticado e contemporâneo. Uma alquimia que sentimos e vivemos de perto nesta conversa que tivemos, no Porto, com o músico – releia a amena e bem humorada conversa aqui. Sob esta influência, Alceu apresenta sucessos como “Coração Bobo”, “Cabelo no Pente”, “Cavalo de Pau” ou “Táxi Lunar”. Se no início da carreira, nos anos 70, dizia-se que seu “Papagaio do Futuro” era a embolada do século XXI, a atual “Embolada do Tempo” mostra o quanto seu criador inquieto permanece atemporal.
Sem perder a forte ligação com a tradição, o cantor recria um módulo de canções de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, pilares da construção da identidade musical nordestina que ele tão bem interpreta e sente. Do sertão ao litoral, a música de Valença também leva aos caminhos ensolarados do Recife, como em “Pelas Ruas Que Andei”. Seu roteiro poético e sentimental conduz a “Belle de Jour” entre os domingos azuis e as tardes femininas da praia de Boa Viagem, enquanto “Anunciação” reverbera os sinais de uma epifania musical. Pela sensualidade de “Girassol”, o amor ganha contornos explícitos em peles morenas e domingos azuis. Como a Morena do mega sucesso “Tropicana”, a criação valenciana tem “saliva doce e carne de caju”. Estes são alguns dos temas que farão parte desta digressão por Portugal num ano que tem sido marcado pela crescente presença de Alceu Valença por terras lusas.
Eis os concertos no horizonte (com bilhetes à venda nas próprias salas e nos locais habituais):
11/07 – Theatro Circo, Braga.
13/07 – Cine Teatro António Lamoso, Sta. Maria da Feira.
18/07 – Viva Brasil Festival, Holanda.
24/07 – Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra.
Concertos a ir, em julho. Bons sons do Brasil. •
+ Alceu Valença
© Vídeo: Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto, “Tropicana”.
© Fotografia de capa: Sara Quaresma Capitão.
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