A companhia portuense Erva Daninha apresenta o espetáculo “Nozes a quem não tem dentes” no Pequeno Auditório do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. O circo contemporâneo é a linguagem que dá corpo a uma peça q.b. provocante que o fará pensar sobre a importância das oportunidades e o poder das escolhas.
Imagine-se num universo ficcional onde três figuras do mundo real vivem um momento de fantasia. Estranhos numa terra estranha, acabados de chegar ou prontos para partir. Um campo de sacos cheios de memórias onde a vida se refugia ou fica presa. Uma viagem onde tudo começa e acaba, instigados pela motivação, manipulação, a sensação de liberdade, a cegueira, a vertigem e o abismo da solidão.
Baseado na velha sabedoria popular, em “Nozes a que não tem dentes” há um pensamento sobre esta ideia de que há oportunidades que não sabemos ou não podemos aproveitar… Verdade eterna. O poder que temos sobre o nosso destino, se as escolhas dependem exclusivamente de nós e se verdadeiramente fazemos escolhas. “Nozes a que não tem dentes” procura indagar se o acesso às coisas e o poder decisório poderão ser condicionados pelo estatuto social, pela religião, o género, os conflitos. Partindo de uma perspetiva simbólica e irónica dos acontecimentos mundiais que nos inquietam, procura-se uma reflexão sobre o livre arbítrio. O que nos motiva, o que nos move?
Um universo intimista, poético e provocador onde o circo surge como expressão do risco e do desafio na comunicação do corpo e do seu movimento. Malabarismo, manipulação de objetos, acrobacia aérea são algumas das disciplinas que compõem este espetáculo de circo contemporâneo tragicómico. A velha frase do estar ou não estar no sítio certo à hora certa…
A companhia Erva Daninha tem como missão a criação de circo contemporâneo explorando o diálogo entre diferentes expressões das artes performativas. Desde 2009, o trabalho da companhia centra-se na investigação de novas formas de fazer e apresentar circo, procurando elevar o virtuosismo a uma forma de comunicação de ideias e emoções. A equipa artística que faz a Erva Daninha é uma simbiose entre profissionais de circo, teatro, dança e música. Um cruzamento de pessoas e disciplinas que tornam este circo particular, laboratorial, subversivo e provocador, inspirado na vida real.
Um espetáculo obrigatório em cena nesta sexta-feira, dia 22 de abril, pelas 22h00. Alinha neste pensar através do circo contemporâneo? •
+ CCVF
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