Retomando o Habitar Portugal 12-14, por universos Mutante(s), é tempo de falar na viagem pelo território nacional que hoje, dia 19 de maio, começa, em Coimbra.
Sob a égide “Habitar Portugal 2012-14 > Está a arquitectura sob resgate?”, este Habitar Portugal que nos remete para o intervalo de obras concluídas entre 1 de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2014, pretend ser (e é, indubitavelmente – atestámos na exposição do Porto) um olhar sobre a produção arquitetônica de cunho português do último triénio. No comissariado desta edição, Luis Tavares Pereira, Bruno Baldaia e Magda Seifert, propõe “um tema de fundo, um princípio de análise a partir do momento que o País vive a que, presumimos, a produção de arquitectura não será alheia“. O tema proposto – “Está a arquitectura sob resgate?” – “estabelece desde logo um lugar onde situar as obras e um enquadramento para as poder ver e analisar. Foi a partir destes pressupostos que o Habitar Portugal seleccionou um conjunto de obras que representem este contexto, este espaço específico de tempo“. O Habitar Portugal 12-14 “reuniu, numa fase de pré-selecção, um conjunto de mais de 400 obras em que se procurou entender a prática de arquitectura portuguesa destes três anos, os seus programas, contextos e condições. Este não é um prémio de excelência, é um prémio que pretende tornar evidente a exemplaridade de cada uma das obras escolhidas, a forma como representam a melhor realidade possível. Em tempos de escassez foi gratificante identificar a qualidade e diversidade deste conjunto de obras que manifesta, de forma evidente, a vitalidade da arquitectura portuguesa“.
A selecção HP 12-14, que revela de forma singular 70 obras distribuídas pelo território nacional, Continente e Ilhas, e 10 obras concluídas por arquitetos portugueses no estrangeiro, foi anunciada publicamente numa cerimónia no Museu do Dinheiro – Banco de Portugal, a 26 de outubro de 2015, em Lisboa.
A edição HP 12-14 , prevê um conjunto de 14 exposições em território nacional, até ao final de 2017 e a primeira viagem, para fora do Porto inaugura hoje, dia 19 de maio, pelas 18h00, no CAPC – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (Círculo Sereia), em Coimbra. Às 19h00, após inauguração da exposição, segue-se um debate com o tema – “Habitar Portugal : Coimbra – Uma Escola em cima da mesa?”
A presença de nove obras de lentes ou de arquitetos que fizeram a sua formação no dARQ, Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra – a escola de Coimbra, “constitui uma oportunidade para reflectir sobre o seu percurso e a sua identidade“. Após 25 anos da sua abertura na cidade, é levantada a questão “existe uma ‘Escola de Coimbra? O seu percurso, marcado por uma autorreflexão regular, resulta de um encontro inicial de docentes do Porto e de Lisboa, o que num tempo inicial significou um encontro de partes muito diversas da geografia da arquitectura portuguesa, “uma escola de geografias variáveis com regras pós-modernas’“. A resposta leva a novas questões pelos comissários “O resultado hoje é o de uma complementaridade de características distintas, do choque de opostos ou uma outra via ‘entre Coimbra e o mundo’? Existe uma identidade comum nestas obras que a possam diferenciar de outras origens? Qual é o lugar da Escola de Coimbra?“.
No dia de hoje, em Coimbra, poderá contar com a presença de Jorge Figueira (Director dARQ); João Mendes Ribeiro (arquitecto e professor dARQ); Pedro Baía (arquitecto, crítico); Miguel Correia (COMOCO); e moderação pelos comissários HP 12-14 – Luis Tavares Pereira, Bruno Baldaia e Magda Seifert.
Com inauguração agendada para esta 5.ª feira e seguida de debate a exposição estará patente patente até dia 25 de junho de 2016 no CAPC – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (círculo Sereia).
Se o mundo da arquitetura é parte de si ou se pela disciplina nutre uma curiosidade maior, esta é uma exposição a não perder. •
+ Habitar Portugal
© Imagem: Cartaz oficial HP 12-14 Coimbra.
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