“Cinema na Vinha”

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes está a promover o ciclo de “Cinema na Vinha”, dedicado ao tema “50 anos de Liberdade”. A iniciativa harmoniza filmes com diferentes perfis de Vinhos Verdes, em cenários surpreendentes.

Os jardins da Casa dos Vinhos Verdes, no Porto, com uma vista panorâmica sobre o rio Douro, adegas e vinhas recebem, em julho e agosto, mais uma edição do ciclo de “Cinema na Vinha”, que assinala os 50 anos da Revolução dos Cravos.

Esta é uma iniciativa de sucesso com lugar consolidado no calendário de eventos da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), aliando os filmes à prova de diferentes perfis de Vinhos Verdes e à descoberta da oferta de enoturismo da região.

Com curadoria de Paulo Cunha e de Tiago Fernandes, os espectadores são convidados a estender uma manta e a apreciar a combinação entre a sétima arte e os Vinhos Verdes, desde os mais leves e frescos aos mais intensos, estruturados e de guarda. «Esta é uma tradição na programação da CVRVV, que alia os Vinhos Verdes ao cinema, promovendo o convívio em noites de verão», afirma a presidente da Comissão de Viticultura, Dora Simões.

Esta responsável revela que existe «uma procura muito significativa de diferentes públicos, que se dividem entre as sessões nos jardins da Casa dos Vinhos Verdes e os vários produtores aderentes, experimentando a oferta enoturística e descobrindo mais sobre a Região Demarcada».

Tendo em conta esta diversidade de espectadores, as sessões decorrem às quartas e quintas-feiras na Casa dos Vinhos Verdes Palacete Silva Monteiro, na Rua da Restauração, número 318, no Porto, e sextas e sábados nas instalações de 11 produtores. A dirigente explica que esta calendarização permite que os hóspedes alojados nas unidades de enoturismo da região possam usufruir deste evento. Relativamente ao tema da edição de 2024, «no ano em que se assinalam 50 anos do 25 de Abril, quisemos também que o cinema fosse o ponto de partida para uma celebração das diferentes formas de liberdade e uma viagem por realidades culturais distintas. Se o vinho é um elemento agregador, quando associado à arte, deve promover novos diálogos», declara.

Por seu turno, Tiago Fernandes explica que «há datas que têm de ser celebradas», por isso esta edição centrou-se nos 50 anos de liberdade. O curador refere que a programação foi pensada «a partir de filmes que de alguma forma façam refletir sobre a liberdade», numa viagem por lugares como Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Espanha, Japão e Lanheses, no concelho de Viana do Castelo.

«O ciclo “Cinema na Vinha” deste ano comemora a liberdade e convidamos o público a percorrer connosco diferentes cronologias e latitudes para ver, ouvir e sentir de que forma o cinema exprime e vive a liberdade. Entre escolhas mais e menos óbvias, o propósito deste ciclo é oferecer uma experiência de visionamento diferenciada nas melhores salas de cinema ao ar livre do mundo. Por um lado, o jardim da casa mais bonita do Porto, por outro, as quintas da região, com um fator diferenciador: os filmes serão sempre acompanhados por Vinhos Verdes de excelência», sustentam os curadores.

Contando com um total de 21 sessões, o arranque da edição deste verão aconteceu no dia 03 de julho, na Casa dos Vinhos Verdes, com a longa-metragem “Jaime”, cuja ação decorre no Porto. Esta foi «uma homenagem a António-Pedro Vasconcelos, desaparecido recentemente».

Um dos pontos altos deste ciclo vai ser a exibição de “O movimento das coisas” (1985), de Manuela Serra, filmado em Lanheses, «um dos filmes mais maravilhosos do cinema português, que foi uma joia escondida durante demasiado tempo», classificam os curadores. Segue-se “A Sala de Professores, de IIker Çatak, a 25 de julho; “O mal não está aqui, de Ryûsuke Hamaguchi, a 31 de julho; e “Do fundo do coração”, de Francis Ford Coppola, a 1 de agosto.

Por seu turno, “O nosso último Verão na Escócia”, de Andy Hamilton, Guy Jenkin, é exibido este sábado, 20 de julho, na Quinta da Raza (Celorico de Basto) e a 03 de agosto, no Monverde Wine Experience Hotel (Amarante).

“O último autocarro”, de Gilies MacKinnon, vai ser apresentado na Adega de Ponte de Lima a 26 de julho e na Quinta da Aveleda (Penafiel) a 27 de julho. “Há Festa na Aldeia, Jaques Tati, vai ser exibido a 02 de agosto na Casa da Tojeira (Cabeceiras de Basto) e a 09 de agosto na Quinta das Arcas (Valongo). “Liberdade”, de Clara Roquet, encerra, a 10 de agosto, na Quinta de Lourosa (Lousada), o ciclo de cinema ao ar livre.

A Casa dos Vinhos Verdes abre as portas às 20h45, para que os participantes possam desfrutar do anoitecer com vista para o rio, provar Vinhos Verdes e apreciar gelados com sabor a Alvarinho, Vinhão, Loureiro e Avesso com a assinatura do chef António Vieira. As sessões têm início pelas 21h30 e são limitadas a um máximo de 50 pessoas. Os bilhetes, com um custo de 10 euros, estão disponíveis em www.vinhoverde.pt. No caso dos produtores, cada um preparou um programa de enoturismo específico para receber os visitantes, podendo as entradas ser adquiridas através dos contactos dos espaços aderentes. •

+ Vinho Verde
© Fotografia: Miguel Viegas.

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