Novo álbum: “Pesar o Sol” / Capitão Fausto

A rapaziada cresceu. Estão uns senhores e até pesam o sol, ou será só um pesar… Capitão Fausto apresentam novo trabalho de originais com o título “Pesar o Sol” e deixemos o som tocar.

As hostes, deste álbum de puro rock português com dez músicas no alinhamento, abrem com um curioso “Nunca Faço Nem Metade” que de metade não tem nada nos seus seis minutos de ritmo acelerado, é o que se chamaria de uma entrada em estilo e segura a caminho de um “Litoral” onde as mãos são amor, tão bom perturbador para os portugueses Capitão Fausto . Seguimos para “Tui” antes de apanhar as  “Flores do Mal” é um início longínquo que se vai aproximando lentamente, uma solução que prende com um instrumental bem esgalhado pelo meio e onde a voz (quase) desaparece, e as cordas e percussão vivem com emoção forte, embora nos digam que estão determinado[s] a não deixar que a minha alquimia, tão vazia, seja domada pelo teu amor. Chegamos ao som que dá nome ao álbum, “Pesar o Sol“, arranjo bem curioso, que nos levanta o sobreolho pela acalmia inesperada que impõe… Visitamos o sol nascente? Será? Há, indubitavelmente um laivo, um toar, que nos faz viajar para lá, para países com sol nascente; é uma boa pausa instrumental que a meio, sem abandonar a identidade rock, serena para novo arranque, para a segunda parte da viagem com a “Célebre Batalha de Fomariz“, regresso às sonoridades mais rasgadas que nos conduz a “Ideias” guitarras verbalizadas com pompa e distinção. A caminho do fim “Prefiro Que Não Concordem“, um arranque que por fração de segundos nos leva ao som de uns idos The Clash, não se trata de colagem, trata-se de muito bom arranjo inicial. E atenção, ter “Maneiras Más” é permitido, mas só aqui, quando a música tem uma surpresa assim, o que começa e ganha corpo com o puro rock, que nos molda desde o início do álbum, com aquela pausa ao sol, cai num singular embalo musical de guitarras que são a voz e corpo onde a bateria impõe um ritmo calmo, compassado, que nos (re)acorda, com mesma bateria e cordas distorcidas, para um final com “Lameira”. E partir subitamente é bem melhor que se arrastar e quando o país rebentar, eu vou cá estar para ver o país rebentar, é assim que, subitamente com guitarras e baixo a despique e voz em pano de fundo, percebemos que este rock está para ficar e garantir a sobrevivência do estilo, por cá. Domingos (baixo), Francisco (teclados), Manuel (guitarra), Salvador (bateria) e Tomás (voz e guitarra) um quinteto, sob o selo da Sony, que não deixou o trabalho pela metade e se apresenta com um trabalho continuo, seguro e coerente no panorama musical. Sons rock a ouvir e… quanto pesará o Sol? •

© Vídeo: Capitão Fausto.
© Fotografia de capa: Sara Quaresma Capitão.