Exposição: “Dissecção/Dissection” / VHILS

No Museu da Eletricidade, em Lisboa, a rua entrou no museu e preencheu com a sua arte, a sua street art, os interiores com exteriores, mas também ficou fora… de que falamos? De “Dissecção/Dissection”, uma exposição de Alexandre Farto, a.k.a. VHILS.

É a primeira vez que um museu em Portugal faz uma exposição de Vhils, nome reconhecido na street art cá e lá fora, sendo um dos mais conceituados da atualidade. Ao longo de três meses, de 5 de julho a 5 de outubro de 2014, o Museu da Eletricidade exibe a obra de Alexandre Farto. “Dissecção” é a primeira exposição individual do nosso street artist numa instituição artística portuguesa e a maior realizada pelo artista até à data. A exposição irá apresentar um corpo de trabalho inteiramente novo concebido especificamente para o espaço, exterior e interior, do museu. Uma exposição ímpar.

Em “Dissecção”, Vhils apresenta obras inéditas de grande dimensão que problematizam a memória coletiva das cidades, a vertigem das suas imagens, as histórias dos seus habitantes. Apresenta-se como uma reflexão, em profundidade, sobre o espaço urbano em interação com os seus habitantes. Conseguirá ficar indiferente a uma parede por onde passou a mão e traço de Vhils? “Dissecção” toma como ponto de partida vários dos elementos intrínsecos a esse espaço, sendo a intenção do artista estabelecer, através dos vários ambientes, criados a pensar no espaço do museu, um percurso que permite vivenciar a passagem de uma dimensão de ruído, caos e saturação visual – que exprime a vida nas cidades contemporâneas – para um cenário neutro – provocar emoções através de novas paisagens artísticas. Vhils propõe-se fazer uma dissecção metódica de elementos urbanos familiares com recurso a vários suportes não convencionais e técnicas destrutivas que tem vindo a explorar no seu trabalho.

De reconhecimento recente, mas já solicitado para intervenções em todo o mundo,Vhils não se limita a usar os muros da cidade como suporte ou a transferir mecanicamente as soluções plásticas do exterior para as telas, revelando grande capacidade global de intervenção e invenção de espaços e meios. Estão previstos, junto com a exposição, ateliers – “Arte Urbana – O Efémero ao virar da esquina” 12 e 19 julho às 14h30 e “Cidades Interiores” de 8 a 11 julho às 10h30; visitas – “Grafito, Grafiti ou Graffiti” dias 21 setembro e 5 outubro às 11h00.

É uma exposição que tem de ser visitada e vivida, diríamos mesmo que é obrigatória. Aproveite o verão e mergulhe na arte de Vhils.  •

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© Fotografia: Alexandre Silva.