Supersilent / Teatro Maria Matos

Há música da Noruega, de referência, a caminho do Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa: Supersilent.

Depois de terem editado um novo disco, “12”, em 2014, os Supersilent, um dos mais idiossicráticos coletivos norugueses, regressa a Lisboa num concerto muito aguardado no Teatro Maria Matos. Eclodindo em 1998 num triplo álbum que ainda hoje é ouvido e reouvido e tido como exemplar, “os noruegueses Supersilent foram documentando exemplarmente na sua discografia os diversos encontros espontâneos que tiveram em estúdio e em concerto nas últimas quase duas décadas de vida“. Sempre recusaram assumidamente o projetar e organizar da sua estratégia sonora, deixando para os seus instintos, e um improviso bem espontâneo, o destino de um projeto que encontra por si a sua linguagem, e deixando, a nós ouvintes, uma dificuldade positiva em determinar um estilo preciso para a música que criam. Poderá dizer-se ser jazz, dada a comunicação intuitiva que o trio mostra, mas um design sonoro sugere também um apreço elevado pela eletroacústica e uma permanente curiosidade pelo negro desconhecido mergulha-nos num ambientalismo de gravidade pesada. Mas também há luz em Supersilent, alva quando Arve Henriksen tece a sua teia acústica ou ofuscante quando Helge Sten (ou Deathprod) eletrifica. Após uma pausa prolongada, regressaram os Supersilent no final do ano passado com um novo trabalho que prolonga o maravilhamento que Supersilent exerce em quem os ouve. Mas o que vai testemunhar na noite do concerto é, inevitavelmente, nova música feita de novo… porque é tudo no instinto musical da banda, tocado ao sabor do momento.

Na bateria, trompete, voz e eletrónica – Arve Henriksen, nos teclados e eletrónica – Ståle Storløkken; na guitarra, teclados e eletrónica – Helge Sten. Um trio norueguês a colocar na sua agenda musical se gostar de ser surpreendido por música nova, ao sabor do improviso. •

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© Fotografia: Carsten Aniksdal.

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