24.ª Edição / Guimarães Jazz 2015

A 24.ª edição do Guimarães Jazz já tem cartaz definido e confirmado. Tudo está a ser preparado, a preceito, para neste outono lhe dar mais uma edição de bom jazz, a norte.

O Guimarães Jazz 2015 inscreve-se numa linha de continuidade e coerência face àqueles que são os princípios identitários deste festival: “um projeto suportado num paradigma de divulgação do jazz, focado sobretudo no jazz norte-americano, mas também empenhado em construir pontes de entendimento históricas, estéticas e geográficas entre diferentes músicas“. Este evento afirma-se todos os anos, e este não será exceção, como “um lugar privilegiado de celebração da história e do presente do jazz, apresentando propostas que ambicionam um equilíbrio entre tradição e rutura, emoção e intelecto, contemporaneidade e memória“.

© Maria Schneider

O cartaz da 24.ª edição do Guimarães Jazz é a materialização do conceito matricial do festival, nele se projeta o ambicionado equilíbrio entre as diferentes gerações de músicos e entre correntes estéticas dentro do jazz. Ao contrário de anos anteriores, em que se tentou, dentro do possível, apresentar músicos que nunca antes houvessem atuado no festival, nesta edição estarão alguns artistas que, por razões distintas, repetem a sua presença no Guimarães Jazz, em sinal de homenagem à própria história deste festival. Há sonoridades que é sempre bom ouvir, de novo.
A compositora Maria Schneider regressará ao palco do festival após ter atuado por duas vezes em Guimarães, em 2005 e 2011, justificando-se este regresso com a edição do seu último álbum, “Thompson Fields”, após alguns anos de hiato, mas nem era preciso pretexto para voltar, claro. Outro relevante regresso será o dos Oregon, de Ralph Towner e Paul McCandless, banda seminal de um jazz de fusão que participou no processo de afirmação do Guimarães Jazz quando, no já longínquo ano de 1996, protagonizou um dos concertos mais marcantes da história do festival – um bom regresso.

James Farm © Jimmy Katz

Joshua Redman e Taylor Ho Bynum, por seu turno, são dois músicos que voltam a ter lugar de destaque no programa desta edição, pela extraordinária receção do seu trabalho por parte do público que ambos tiveram na edição de 2014. No entanto, qualquer suposição de redundância será injustificada, uma vez que Ho Bynum surgirá como líder de uma formação totalmente renovada em relação ao ano anterior e Redman marcará presença com a sua banda, James Farm, após ter atuado em 2014 como solista da Trondheim Orchestra. Jason Moran, um dos mais influentes pianistas de jazz da atualidade, é também um dos esperados repetentes, desta vez como líder de um projeto de revisitação do reportório de Fats Waller, ele que atuou no festival em 2005 a solo e como sideman de Ralph Alessi e, em 2010, integrado no superlativo New Quartet de Charles Lloyd. Presentes no Guimarães Jazz pela primeira vez estarão dois grandes nomes do jazz de diferentes gerações. Archie Shepp é um dos saxofonistas mais marcantes do free jazz e um músico incontornável da história jazz, pelo que o concerto será, por certo, um dos grandes momentos deste festival. Brian Blade, por seu turno, é um dos bateristas da nova geração mais consolidado na cena jazzística, e a sua Fellowship Band simboliza o espírito do festival, praticando uma música de conciliação entre a tradição e a contemporaneidade. Por último, o Cholet Känzig Papaux Trio é o representante europeu desta edição, sendo a sua música ancorada na sofisticação europeia do jazz.

Archie Shepp © Monette-Berthomier

O Guimarães Jazz volta também a apresentar as já habituais atividades paralelas, entre as quais as jam sessions e as oficinas de jazz, e mantendo a relação que tem vindo nos últimos anos a desenvolver com a ESMAE, que se materializará num concerto da sua Big Band e Ensemble de Cordas, com composições e direção musical de Taylor Ho Bynum e Tomeka Reid – este é um Festival com cabeça, tronco e membros. As expetativas desta edição mantêm-se inalteradas, sendo a divulgação do estilo jazz ao grande público o principal objetivo.
À semelhança das edições anteriores, a maior parte dos concertos terá lugar no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), estando também agendado um espetáculo na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade. Os bilhetes já se encontram à venda, podendo ser adquiridos nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor (e no site online) e da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac e El Corte Inglês.

Jason Moran © Clay Patrick McBride

E agora, o programa alinhado para não perder pitada de notas deste Festival Jazz, a norte:
05/11, 22h00 – Oregon, CCVF / Grande Auditório.
06/11, 22h00 – Brian Blade and The Fellowship Band, CCVF / Grande Auditório.
07/11, 18h00 – Cholet Känzig Papaux Trio, CCVF / Pequeno Auditório.
07/11, 22h00 – Jason Moran: Fats Waller Dance Party, CCVF / Grande Auditório.
08/11, 17h00 – Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE Direção Musical Taylor Ho Bynum e Tomeka Reid, CCVF / Grande Auditório.
08/11, 22h00 – Projeto Guimarães Jazz / Porta Jazz, PAC / Black Box.
11/11, 22h00 – The Taylor Ho Bynum Quinteto, CCVF / Grande Auditório.
12/11, 22h00 – Joshua Redman, Aaron Parks, Matt Penman, Eric Harland: JAMES FARM, CCVF / Grande Auditório.
13/11, 22h00 – Archie Shepp, CCVF / Grande Auditório.
14/11, 22h00 – Maria Schneider Orchestra, CCVF / Grande Auditório.

Atividades Paralelas:
04/11, 22h00 – Uma História de Jazz Capítulo 1.o – Documentário, CCVF / Grande Auditório.
05/11 a 07/11, 24h00-02h00 – Alexander Hawkins, Neil Charles e Tomas Fujiwara – Jam Sessions, CCVF / Café Concerto.
09, 10, 12 e 13/11, 14h30-17h30 – The Taylor Ho Bynum Quinteto – Oficinas de Jazz / Centro Cultural Vila Flor
12/11 a 14/11, 24h00-02h00 – Alexander Hawkins, Neil Charles e Tomas Fujiwara – Jam Sessions, / Convívio Associação Cultural.
13/11, 18h00 – Uma História de Jazz Capítulo 1.o – Documentário, CCVF / Pequeno Auditório Documentário.

Como vê, Guimarães Jazz é festival com um programa bem alinhado, de superlativos músicos, que se equilibra com atividades paralelas que convidam a viver, com mais intensidade, todo um mundo jazz. Um festival traçado para amantes e curiosos do jazz. A colocar na agenda. A ir! •

CCVF
© Fotografia de destaque: Brian Blade © Lurah Blade.

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