O Grande Auditório e o Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, preparam-se para duas noites de boa música, como bem têm vindo a habituar o público.
Hoje, quinta-feira, dia 10 de dezembro pelas 22h00, sobe ao palco do Grande Auditório o último concerto de 2015 da Orquestra do Norte no âmbito do Ciclo de Concertos para piano e orquestra dedicado à Professora Helena Sá e Costa. Neste concerto, a direção estará a cargo do maestro José Ferreira Lobo e terá como solista convidado um nome reconhecido da atual cena pianística internacional, Antonio di Cristofano.
A “Sinfonia 7 em ré menor, op.70” abre o programa deste concerto. É uma peça de Antonin Dvorák (1841-1904), compositor checo que nesta sétima sinfonia, escrita já numa fase de reputação bem firmada, espelha a razão pela qual mereceu a fama de “ter sabido conciliar de forma única a tradição sinfónica com a riqueza das linguagens populares eslavas. A obra deixa entrever influências de nomes como Brahms entretidas com elementos da tradição da Boémia (onde o compositor nasceu e que na altura pertencia ao império austro-húngaro), nomeadamente notas de danças ciganas que libertam de toda a contensão a energia da música“. Do programa do concerto consta ainda a obra de Frédéric Chopin, “Concerto para piano e orquestra nº. 2 em fá menor, op. 21”. Inevitável falar de piano e de Frédéric Chopin (1810-1849), estão interligados para sempre, esse jovem prodígio que rapidamente começou a ganhar fama fora da Varsóvia natal para conquistar as capitais da música, na época. Embora escrita por um Chopin quando tinha apenas 19 anos, quase em formação, o concerto nº 2 ambiciona já um brilho orquestral único, mais impressivo que produções anteriores do compositor, sem deixar a veia temperamental e lírica que havia de o caraterizar para sempre. Chopin é absolutamente obrigatório.

© Castello Branco por Rui Oliveira
Rumando a sábado, 12 de dezembro, a partir da meia-noite, o Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor recebe o cantor brasileiro Castello Branco, que visita Guimarães para apresentar o seu disco de estreia. “Serviço” é o título de batismo do primogénito de Castello Branco. O cantor inaugura desta forma uma nova fase na sua carreira “alcançando um amadurecimento artístico e pessoal através deste trabalho. Reflexo dessa evolução são as composições que vão para além da construção musical e se fundem num fortalecimento espiritual referente à sua criação“. Castello Branco cresceu num mosteiro ecuménico e aprendeu, desde pequeno, valores que justificam esse título.” Viver do outro ao outro, amar para crescer. A mensagem é clara e o objetivo é franco. Como diz o próprio nome, este disco é um Serviço“. Entre “acordes leves e marcações rítmicas que sambam e sorriem entre o regional e o lírico, Castello Branco alcança uma sonoridade própria e condizente com o momento que vivemos. Crer e ser na arte, para assim seguir crescendo“.
São dois concertos a não perder, em Guimarães, no CCVF. •
+ CCVF
© Fotografia de destaque: Orquestra do Norte.
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