Este mês, na Gulbenkian, ouvir-se-á a mais aclamada cantora espanhola da atualidade que apresenta o seu primeiro álbum a solo, “11 de novembre”, no Ciclo Músicas do Mundo da Temporada 15/16 da Gulbenkian Música.
Desde os seus primeiros passos, Sílvia Pérez Cruz percorre, segura de si, caminhos nunca trilhados. Nascida na Catalunha, em Palafrugell, há 32 anos, e entregue de corpo e alma à música que lhe corre dentro, a lista de projetos em que a cantora é um brilho maior é inesgotável, sobretudo pela versatilidade de géneros que aborda sem artifícios, sem tremer ou temer, com um inato carisma vocal e uma presença em palco arrebatadora, na carga expressiva que entrega a cada interpretação feita.
“11 de novembre” é o primeiro álbum a solo da cantora, cujo título é uma homenagem (de amor) ao dia de aniversário do seu pai. Todavia, “11 de novembre” é, também, o consagrar de figuras femininas da sua família e as línguas e tradições musicais presentes na Península Ibérica. Sílvia Pérez Cruz aborda em “11 de novembre” várias gramáticas musicais como fado, bolero, jazz, flamenco, entre outros, e interpreta várias línguas – em catalão canta adaptações de versos de Feliu Formosa, Maria Cabrera e Maria Mercè Marçal; em castelhano aborda “Iglesias”, com uma citação a “Moon River” de Mancini, “Dias de Paso” e “Memoria de pez“; em português canta “Não sei” e “O meu amor é Glória“, samba dedicado à sua avó, à sua mãe e à sua irmã, todas chamadas Glória. E por fim, em galego, entoa o tema “Meu meniño”. Um trabalho sublime, com uma riqueza cultural ímpar.
E tudo tão natural, pois toda esta diversidade corre no ADN de Sílvia Pérez Cruz, que o ator e encenador catalão Joan Ollé descreve como “uma cantora divertida, porque pode sê-lo, porque quer sê-lo, porque é musical dos pés à cabeça e porque vive imersa nas memórias dos grandes mestres da música.”
Em palco vai encontrar: Sílvia Pérez Cruz – voz; Elena Rey – violino; Carlos Montfort – violino; Anna Aldomà – viola; Joan Antoni Pitch – violoncelo; Miquel Àngel Cordero – contrabaixo. Um concerto a não perder, na Gulbenkian. •
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© Fotografia: Sílvia Pérez Cruz.
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