“3 mil RIOS: Vozes na Floresta” / Gulbenkian Música

Em estreia mundial, uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian, no próximo maio, uma Ópera multimédia, de Victor Gama.

A ópera multimédia “3 mil RIOS: Vozes na Floresta” resulta de uma encomenda especial da Fundação Calouste Gulbenkian, em coprodução com o Teatro Colón de Bogotá, sendo esta a quarta composição de Victor Gama dedicada às questões ambientais. O compositor angolano iniciou esta série com “Rio Cunene”, criada para o Kronos Quartet e que estreou em março de 2010, no Carnegie Hall. Seguiram-se “Rio Cubango”, com a harpista portuguesa Salomé Pais Matos, e “Vela” 6911, uma chamada de atenção para os testes nucleares secretos realizados na Antártida, em 1979. Esta peça foi apresentada na Fundação Calouste Gulbenkian com direção musical do Maestro Rui Pinheiro, que irá, também, dirigir “3 mil RIOS: Vozes na Floresta”.

https://vimeo.com/152326144

Esta nova obra, “baseia-se num trabalho de campo realizado nas florestas tropicais da Amazónia colombiana e brasileira, Costa do Pacífico e montanhas dos Andes e em testemunhos reais dos habitantes destas regiões, para apelar à reflexão sobre a destruição ambiental. O texto e a partitura foram inspirados no livro Cariba Malo, do antropólogo colombiano Roberto Franco, e nos cantos rituais das cerimónias de yagé praticados pelas tribos indígenas, são interpretados pelas sopranos Yetzabel Arias Fernandez, Betty Garces e Té Macedo, com a participação de Waira Nina Jacaminejoy e Jaime Kiriateke, cantores de comunidades Inga e Uitoto da Amazónia colombiana. A ação desta ópera multimédia decorre ao longo dos grandes rios amazónicos destas regiões como o Putumayo, o Caquetá, o Tocantins e outros como o Napi e o Timbiqui na costa do Pacífico e o Magdalena que atravessa os Andes, utilizando registos em fotografia, vídeo, gravações de campo e entrevistas que Victor Gama conseguiu obter através da colaboração com organizações locais“.

Além de reconhecido compositor, Victor Gama é também criador de instrumentos como o acrux – feito de madeira e vidro e coberto com discos de metal de diferentes tamanhos -, ou a toha – inspirada nos ninhos de pássaros tecelões, constituída por 22 cordas e pode ser tocada por dois músicos sentados frente a frente. Estes instrumentos serão incorporados no espetáculo, em conjunto com a Orquestra Gulbenkian. Feita de três atos e com uma duração aproximada de 90 minutos, “3 mil RIOS: Vozes na Floresta” tem o apoio da Prince Claus Fund, Amazon Conservation Team, Flora arts + natura, Mas Arte Mas Accion, nova et vetera e CCRMA.

Na interpretação da Orquestra Gulbenkian encontrará: Rui Pinheiro (maestro – Portugal); Yetzabel Arias Fernandez (soprano – Cuba/Itália); Betty Garces (soprano – Colômbia); Té Macedo (soprano, marimba – Angola/Portugal); Waira Nina Jacaminejoy (canto tradicional – Colômbia); Jaime Kiriateke (canto tradicional – Colômbia); Pedro Ojeda (percussão – Colômbia); Urian Sarmiento (percussão – Colômbia); Salomé Pais Matos (toha – Portugal); Victor Gama (composição, toha, acrux, dino – Angola/Portugal).

A conferência em torno da ópera realizar-se-á no Auditório 3, na Fundação Calouste Gulbenkian, no próximo dia 4 de maio, pelas 18h30. A ópera sobe ao palco do Grande Auditório da Gulbenkian no dia 6 de maio, pelas 21h00. A tomar nota, a ir. •

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