Setembro e outubro no Maria Matos

Já na segunda quinzena deste agosto, avançamos até setembro no Maria Matos para vos falar de Utopias e de todo o programa a tomar nota, na sua agenda pós-férias.

A temporada 2016-2017 do Teatro Maria Matos arranca com a abertura do ciclo UTOPIAS, que percorrerá um ano de programação (2016 > 2017) e com uma surpresa – Germinal de Halory Goerger e Antoine Defoort (que estreou com enorme sucesso nesta sala durante o Alkantara Festival em 2014). Logo a seguir dois concertos – com uma semana de intervalo – que marcam o lançamento de dois novos álbuns de Bruno Pernadas, seguindo-se uma conferência com duas representantes do Movimento das Mulheres Curdas, Nursel Kiliç e Eda Düzgün, o regresso de Matmos para homenagear Robert Ashley e a sua ópera televisiva Perfect Lives, e muito mais. Será agenda cheia, como já pode adivinhar.


© “Germinal”, Bea Borgers

Comecemos pelo ciclo Utopias visa oferecer um programa alargado que atravessa toda a temporada 2016-2017 do Teatro Maria Matos, com espetáculos, instalações, palestras, encontros e eventos no espaço público, com convidados que fazem do agir crítico e da imaginação política uma tarefa diária. As Utopias desta nova temporada estão organizadas em seis arquipélagos, seis territórios para conhecer possibilidades que estão já em curso, e de imaginar outras:
Setembro → outubro 2016 / Arquipélago da Resiliência – olha para o regresso da imaginação política nos movimentos sociais que têm irrompido um pouco por todo o mundo nos últimos anos.
Novembro → dezembro 2016 / Arquipélago das Diversidades parte da crise dos refugiados para revisitar os problemas e as oportunidades da sociedade diversa.
Janeiro → fevereiro 2017 / Arquipélago Comum revisita os muitos projetos utópicos surgidos dos comunismos e anarquismos que surgiram no início do século XX.
Março 2017 / Arquipélago dos Afetos dá a palavra aos muitos que estão a repensar a política como uma atividade também afetiva.
Março → abril 2017 / Arquipélago Capital centra-se nas forças imaginativas e destrutivas do capitalismo.
Maio →julho 2017 / Arquipélago Verde foca o imaginário utópico mais influente da atualidade, surgido da necessidade incontornável de manter o planeta viável.
E agora falamos de teatro, música, ainda com debate pelo meio.

08/09 e o9/09, 21h30 / Teatro / Utopias, Halory Goerger e Antoine Defoort, Germinal. “E se pudéssemos recomeçar do zero?” Para iniciar o ciclo Utopias, o Teatro Maria Matos volta a apresentar o espetáculo que marcou o Alkantara Festival de 2014, Germinal. Quatro indivíduos encontram-se num palco vazio, um espaço virgem. A partir do nada, iniciam a criação de um mundo novo, com tudo o que isso implica: a invenção da linguagem, o desenvolvimento do conhecimento, a construção da comunidade, a criação da própria história.

13/09, 22h00 / Música / Bruno Pernadas,  “Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them”.
20/09, 22h00 / Música / Bruno Pernadas, “Worst Summer Ever”.
Dois discos, dois concertos. A temporada musical de 2016/2017 é aberta com Bruno Pernadas a presentear o público com o seu novo marco pop com “Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them” – mais um caldeirão sonoro remexido com absoluto primor, recuperando jazz de San Francisco dos anos 60, disco oriental, space age pop, krautrock, freak folk, e muitos outros territórios e influências – para, uma semana depois, “Worst Summer Ever” revelar um outro lado da sua composição, abordando a música improvisada, étnica, jazz, rock e erudita, mostrando como a sua música pode caminhar livremente pela diversidade rítmica, emotiva e interpretativa.


© Nursel Kiliç e Eda Düzgün, DR

04/10, 18h30 / Debate e Pensamento / Utopias, Nursel Kiliç e Eda Düzgün, Democracia num Lugar Improvável. “Rojava é conhecida como a região no extremo Norte da Síria, na fronteira com a Turquia, onde o povo Curdo ergueu a frente de combate mais eficaz contra o Daesh. Mas atrás das imagens de guerra que os media internacionais nos mostram diariamente, existe uma outra realidade ainda pouco conhecida: Rojava é uma região que alberga milhares de pessoas de várias etnias e culturas, e tornou-se o berço de um novo projeto de sociedade, baseado num confederalismo democrático.” Apresentação no âmbito da rede House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia.


© Matmos por Josh Sisk

26/10, 22h00 / Música / Matmos performs Robert Ashley’s Perfect Lives. “Raoul, um famoso cantor, e Buddy, seu amigo e o maior pianista do mundo, são dois forasteiros em pleno midwest norte-americano, atuando no Perfect Lives Lounge enquanto decidem, com a ajuda de dois locais, perpetrar o maior assalto de sempre, roubando por um dia – e apenas por um dia! – o dinheiro dos cofres do banco da cidade“. Esta é a surreal intriga principal de Perfect Lives, uma ópera em sete atos escrita entre 1978 e 83, descrita habitualmente como sendo uma das grandes obras de “texto musical” da segunda metade do século XX. Foi, e continua a ser, um marco audiovisual por ter sido composta para televisão, para o canal britânico Channel 4, fazendo parte de uma trilogia de óperas feita para esse suporte.

Todo um alinhamento que vai querer ter na sua agenda cultural. Todo um programa a seguir ao vivo no Teatro Municipal Maria Matos. •

+ Maria Matos
© Fotografia de destaque: Bruno Pernadas por Vera Marmelo.

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