Outubro é ARQUITETURAS FILM FESTIVAL, a mostra internacional de filmes documentais, experimentais e de ficção sobre a temática Arquitetura. A tomar nota. A não perder.
O programa que tem vindo a ser desenvolvido para este festival, desde a sua criação em 2013, alimenta-se das infinitas possibilidades de valorização e divulgação da Arquitetura através do Cinema e da produção audiovisual em geral. O festival procura tirar proveito da ampla rede de contactos entretanto criada entre outros festivais de Cinema de Arquitetura espalhados pelo mundo, para potenciar a projeção de filmes de grande relevância para a divulgação da cultura arquitectónica portuguesa, não só em território nacional, como também, e muito especialmente, a nível internacional. Um festival que tem vindo a ganhar um corpo cada vez mais sólido, com a estabilidade dada por fundações assentes em territórios de ontem que constroem o amanhã.
© Corbusier, Eisenstein, Burov; imagem Tese, DR
Na sua 4.ª Edição estará sob a égide de REHAB NATION. À palavra reabilitação é, por norma e geralmente, associado um sentimento positivo. Especialmente quando aplicada ao contexto da arquitetura ou do ambiente construído: implica sempre um processo de regeneração, ultrapassar uma condição anterior de abandono ou destruição para dar início a uma nova
e melhorada etapa na vida de um determinado edifício ou construção. E principalmente quando no contexto da arquitectura não são desvalorizadas disciplinas fundamentais como a filosofia e o comportamento do homem, e a história no respeito pela memória construída. Contudo, quando vemos esta palavra aplicada a um momento na vida de uma pessoa, normalmente a ela associamos uma condição sempre difícil: corresponde a um árduo processo de recuperação de um vício, de uma compulsão ou de qualquer tipo de comportamento destrutivo; os dois lados de uma palavra. Neste sentido, reabilitação sugere tanto um tratamento como uma penitência. Quando aplicamos o conceito de “reabilitação” a toda uma cidade, território ou nação, quais são as implicações que a ele podem estão anexadas? Como eventuais cidadãos de uma hipotética “nação em reabilitação”, poderemos estar condenados a viver num permanente estado de recuperação? Sempre a adaptarmos a um qualquer tipo de crise, adversidade ou desafio, mas nunca esperando definitivamente superá-los? Eis a filosofia e a história como peças indissociáveis do exercício da arquitetura enquanto formadoras de cidades e sociedades em constante (re)evolução.
Para o programa desta edição, o ARQUITETURAS FILM FESTIVAL 2016 vai promover filmes e debates que explorem a vasta gama de conotações que podem estar associados com a expressão “REHAB NATION”. Da reabilitação dos velhos centros históricos à gentrificação dos bairros turísticos; da falta de investimento na habitação social à construção de novos sentidos de comunidade;
da privatização do espaço público à emergência de novas formas de intervenção urbana. As possibilidades são infinitas e “REHAB NATION” funciona como um extenso pretexto para pensar e debater a forma como atualmente vivemos os nossos espaços e as nossas cidades. Urge não esquecer o homem, urge não esquecer a história que o constrói, urge repensar a (re)cidade.
© “A Propósito de Leixões”
Como warm up, e em parceria com a Roca Lisboa Gallery, o ARQUITETURAS apresentará nos dias 10 e 11 de outubro a estreia de dois documentários sobre arquitetos portugueses de referência: Álvaro Siza e Carvalho Araújo – nomes maiores que escusa quaisquer introdução. A noite oficial de abertura do ARQUITETURAS terá lugar no FÓRUM LISBOA (antigo Cinema Roma) no dia 12 de outubro pelas 19h00, com a exibição do filme “A Propósito de Leixões” com banda sonora ao vivo da banda Torto; o festival prolongar-se-á até ao dia 16 de outubro. Pela extensão do programa com suas diversas actividades paralelas e filmes em exibição, deixamos o link abaixo para melhor consultar o alinhamento e tomar notas na sua agenda.
É um festival a ter debaixo de olho. É programa a esmiuçar e devorar. •
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