A Inestética companhia teatral vai apresentar este outubro, no âmbito da 28.ª Temporada de “Música em São Roque”, a ópera “O Corvo” do compositor Luís Soldado, a partir do poema homónimo de Edgar Allan Poe.
“O Corvo” é uma ópera de câmara – da qual, no ano passado, por aqui falámos – a partir do poema “The Raven” de Edgar Allan Poe, traduzido por Fernando Pessoa, com música de Luis Soldado, encenação de Alexandre Lyra Leite, direcção musical de Rui Pinheiro e interpretação do barítono Rui Baeta e da bailarina Yara Cléo, acompanhados por um ensemble de quatro músicos.
Através de uma notável arquitectura poética, que se assemelha a uma composição musical, Edgar Allan Poe criou um universo sombrio, onde um homem enfrenta a perda, o medo, a solidão e o vazio. Um universo que se nunca leu, não demore muito mais a ler, pois é imenso.
O carácter dramático e intrinsecamente musical do poema “The Raven/O Corvo”, criado a partir de um raciocínio profundamente matemático e traduzido de forma superlativa por Fernando Pessoa, serviu de inspiração e base estrutural para a composição desta ópera de câmara, que explora a forte dimensão visual e sonora de um dos mais extraordinários textos de toda a obra de Edgar Allan Poe.
No que respeita à Temporada de Música em São Roque, a mesma é organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é um dos eventos de música erudita mais antigos de Lisboa. A 28.ª edição conta com 12 concertos, que terão lugar na Igreja de São Roque, no Convento de São Pedro de Alcântara e no Mosteiro de Santos-o-Novo. Uma novidade deste ano é a apresentação da primeira ópera, neste caso “O Corvo”, que será executada pela Inestética Companhia Teatral.
E este momento a não perder, ópera “O Corvo”, subirá ao palco no próximo dia 23 de outubro, pelas 16h30, no Mosteiro de Santos-o-Novo – (os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira do Museu de São Roque). Esta produção da Inestética companhia teatral terá:
Texto de Edgar Allan Poe, com tradução de Fernando Pessoa;
Música de Luís Soldado e encenação de Alexandre Lyra Leite;
Barítono Rui Baeta e bailarina Yara Cléo;
Acordeão de António Correia e clarinete de Ruben Jacinto;
“A treva enorme fitando, fiquei perdido receando
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais
– Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.”
Excerto do poema “O CORVO” de Edgar Allan Poe, tradução de Fernando Pessoa. Espetáculo a ir, em Lisboa. •
+ Inestética
© Fotografia de capa: Inestética.
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