Em concerto: Agnes Obel

Olhos postos no começo do verão. Ouvidos atentos que quando alguém reclama como influências os nomes de Rou Orbison, Claude Debussy e Erik Satie o melhor que temos a fazer é prestar atenção.

Não se trata de nomes simplesmente atirados ao ar de forma aleatória. O romantismo exímio de Debussy, a economia equilibrada de Satie e a magnificência espectral de Roy Orbison são, de facto, coordenadas da música de Agnes Obel, cantora e compositora dinamarquesa que há poucos meses lançou “Citizen of Glass” o terceiro álbum de uma discografia que tem conquistado cada vez mais atenção. Sons que conquistam no instante imediato.

Obel começou a tocar piano com apenas seis anos e cresceu no seio de uma família perfeitamente sintonizada com as artes: a mãe uma instrumentista com brilhante reputação, o pai um coleccionador de instrumentos exóticos. Um crescer numa casa espelho de um autêntico depósito de arte, livros, música, um estímulo mais que perfeito e inevitável para a criatividade que o mundo pela primeira vez aplaudiu em 2010 quando Obel se estreou com “Philharmonics” – um álbum certificado Platina cinco vezes na sua Dinamarca natal e que os prémios de indústria local distinguiram em 2011 com galardões nas categorias Pop, Álbum, Álbum de Estreia, Compositor do Ano e ainda Artista Feminina. A estreia registou igualmente vendas assinaláveis em França na Holanda e na Bélgica com Agnes Obel a dilatar aí o número de certificados de Ouro e Platina pelas vendas alcançadas.

Em 2013, Agnes lançou “Aventine” e, uma vez mais, crítica e público renderam-se ao seu nato talento com uma sua música parece cruzar os universos da pop e da música erudita com uma facilidade absolutamente natural, facto que a tem levado a viajar por todo o mundo e a encantar os mais exigentes públicos, dos Estados Unidos à Alemanha. Em Outubro do ano passado, Agens Obel lançou “Citizen of Glass”. O resultado é de uma profunda originalidade que ao vivo consegue ser arrebatadora, com a cantora, compositora e instrumentista a expor-se totalmente na música, sem truques ou rodeios. Um artista de corpo inteiro, complexa e completa. Acompanhada por mais duas executantes, a artista dinamarquesa consegue percorrer os mais ambiciosos trabalhos da sua discografia com destreza e musicalidade profunda, assinando um concerto que toda a imprensa internacional tem classificado como memorável.

A colocar na agenda o nome – Agens Obel; o dia – 25 de junho; a hora – 21h30; o local – Teatro Tivoli BBVA, Lisboa. A não perder estes sons da Dinamarca. •

+ Agens Obel
© Fotografia: DR.

Já recebe a Mutante por e-mail? Subscreva aqui .