Os Teatros Municipais de Bragança e Vila Real preparam uma rentrée que promete surpreender. Durante o mês de setembro tem lugar a primeira edição do Festival de Dança Contemporânea “Algures a Nordeste”, que apresenta produções de algumas das melhores companhias portuguesas.
Serão 15 espetáculos de entrada gratuita, com diversas linguagens coreográficas, de 09 a 30 de Setembro, com pré-abertura a 06 de setembro. Mais tarde, em outubro e novembro, irão estrear “Vestígio” e “Barro”, duas criações originais inspiradas no património e no imaginário cultural da região. O projeto decorre sob a égide da obra homónima e emblemática do escritor e poeta António Manuel Pires Cabral e propõe-se colocar a linguagem e a imagética da dança contemporânea e do teatro ao serviço de uma operação de atratividade do território e de divulgação de aspetos singulares do património cultural transmontano-duriense.
A primeira mostra do projeto tem lugar, como referimos, durante o mês de setembro e oferece à região um inédito festival de dança contemporânea. Na sua edição inaugural, o Festival Algures a Nordeste apresenta nas duas capitais de distrito oito espetáculos, em 14 sessões, de cinco das mais reconhecidas companhias da cena artística nacional. Passam pelos dois palcos coreografias marcantes de Olga Roriz, Victor Hugo Pontes, São Castro, Nélia Pinheiro e Daniel Cardoso. Paralelamente, realizam-se workshops e encontros com os coreógrafos, mediante inscrição gratuita dos interessados.
Nos meses de outubro e novembro desenvolvem-se duas criações originais promovidas pelos dois Teatros. A primeira, “Vestígio”, com direção artística de Joana Providência/Teatro do Bolhão, tem estreia absoluta em Bragança a 27 de outubro; uma viagem a Trás-os-Montes através da obra do fotógrafo Georges Dussaud.
Com o apoio do Centro de Fotografia Georges Dussaud, da comunidade (Universidade Sénior de Bragança e outros) e do Espaço Miguel Torga em S. Martinho de Anta, “Vestígio” estreia no próximo dia 28 de outubro, pelas 21h30, no Teatro Municipal de Bragança. Em “Vestígio” o espectador tem acesso ao percurso de Georges Dussaud, às suas memórias, à forma como regista as pessoas, as paisagens e as sensações e lhes dá corpo através da sua forma de fixar o instante.
Dirigida por Joana Providência, a peça junta atores e bailarinos, e leva-os a mergulhar no trabalho do fotógrafo conduzindo o público para a vida, para os rituais e para as paisagens que regista na sua obra. A encenação é um constante diálogo entre a imagem projetada e a relação com os intérpretes (António Júlio, Daniela Cruz, João Vladimiro, Vera Santos, Maria Falcão), promovendo assim uma forte ligação entre a fotografia e a representação. O espetáculo que estreia no dia 28 de outubro no Teatro Municipal de Bragança, tem uma segunda sessão no dia seguinte, dia 29, pelas 15h00. A entrada é gratuita.
Menos de um mês depois, a 17 de novembro, estreia em Vila Real “Barro”, uma produção dirigida por Mafalda Deville/Companhia Instável e inspirada no imaginário cultural do Barro Negro de Bisalhães e do Barro de Pinela. Tem estreia absoluta por ocasião do primeiro aniversário da inscrição do Barro de Bisalhães na Lista de Património Cultural Imaterial da UNESCO. Ambas as criações, com residências artísticas a decorrer ao longo do ano, envolvem a comunidade local e são apresentadas nas duas capitais de distrito.
Um festival de dança que deve colocar na sua agenda e aproveitar para visitar Bragança e Vila Real. Alinha? •