Prepare a sua agenda de finais de setembro pois vem aí uma Ópera imperdível: “Monstro no labirinto”.
O Monstro no Labirinto é um projeto “monstruoso”, encomendado pela Orquestra Sinfónica de Londres, a Fundação Filarmonia de Berlim e o Festival d’Aix-en-Provence ao compositor britânico Jonathan Dove: uma ópera participativa, multimédia e “para todos” que junta em palco uma orquestra, três solistas, um narrador e mais de 300 coralistas e instrumentistas, de todas as idades e de todo o país. Estas mais de 300 pessoas envolvidas na produção de “O Monstro no Labirinto” participaram em vários períodos intensos de ensaios desde setembro de 2016, para articular cada movimento, cada nota e cada palavra em palco ao todo que, nesta ópera, é verdadeiramente mais do que a soma das partes.
Este espetáculo “maravilhoso” e “encantatório”, como se leu na crítica de estreia, recria a viagem de barco de Teseu a Creta para resgatar as crianças atenienses expatriadas, oferecidas em sacrifício ao terrível Minotauro: será Teseu capaz de salvar as vítimas atiradas em barda ao monstro no labirinto? Para Marie-Eve Signeyrole, que assume a encenação da ópera, esta é uma metáfora perfeita do drama migratório do Mediterrâneo, transformando-se assim a história do Minotauro num relato contemporâneo e empenhado.
“Ao descodificarmos este mito, sentimos a necessidade de traduzir a permanência do que ele nos conta e por que razão continua a ser moderno e atual. (…) Imaginámos por isso o labirinto como uma situação inextricável e o monstro como um sistema económico e social que se alimenta do trabalho dos homens explorados por outros homens”, afirma a encenadora. Estreada em julho de 2015 no Festival d’Aix en-Provence, “O Monstro do Labirinto” foi já apresentado em Lille, Montpellier, Londres e Berlim, tendo sido aclamado pela crítica internacional por ser uma aventura única, artística e humana, um verdadeiro mergulho nos meandros da criatividade.
“O Monstro no Labirinto é uma ópera dramática e visceral sobre o velho mito grego do Minotauro. Todos os aspetos da criação de Dove, desde o jogo rítmico ao rugir do Minotauro através dos metais, atiçam a imaginação deixando ao encenador duas principais missões, a projeção multimédia e uma coreografia hábil.“, no Financial Times.
Agora, é a vez de Lisboa receber esta ópera fora de série, nos dias 27, 28 e 29 de setembro, sempre às 20h00, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. A não perder, no próximo outono. •