Regresso do Coimbra em Blues

Para fechar a semana na música, falemos de Blues, em Coimbra com Coimbra em Blues. Uma mão cheia de concertos que vai querer colocar na sua agenda cultural.

Sem rodeios, o alinhamento passo a passo no Convento de São Francisco, em Coimbra:
15/09, 22h00 – TT Syndicate (POR)
Do Porto, com todo o beat e rhythm and blues dos 1960. TT Syndicate, um projecto nascido em 2012 e liderado por Pedro Serra (voz) e Nuno Gomez (bateria), ambos The Mean Devils e 49 Special. A estes, juntaram-se ainda os ex-Os Tornados, Nuno Riviera (guitarra) e Manuel Oliveira (baixo), e Hugo Lopes (saxofone tenor), Joel Rocha (saxofone barítono) e Bruno Rocha (trompete).

15/09, 23h30 – Pat “Mother Blues” Cohen (USA) 
Desde os seis anos de idade, Pat viveu literalmente cercada de música. A sua sala de aula de blues foi a varanda da casa dos seus tios, onde um tocava viola e o outro tocava harmónica. Durante vários anos, Pat cantou em Nova Orleães, seis noites por semana, em diversos locais incluindo o mítico House of Blues. Entretanto, após a devastação do Katrina, Pat muda-se para a Carolina do Norte e recomeça a cantar. Nos seus concertos, “Mother Blues” desfralda uma tapeçaria de experiências de vida tecida de palavras e música, carregadas de emoção e energia. Dramática e exótica, onde o talento tem de ser realçado.

16/09, 22h00 – Marta Ren & The Groovelvets (POR)
Há muito que a voz de Marta Ren se tem vindo a revelar pelo seu estilo inconfundível, ao nível das grandes vocalistas negras da soul e do funk, nos vários projectos por onde tem passado. Primeiro nos Sloppy Joe, depois nos Bombazines e, mais recentemente, na banda The Funkalicious, que se destaca em covers de temas clássicos da música negra, de Aretha Franklin a James Brown. Este ano, Marta Ren abraça o seu primeiro trabalho em nome próprio – reler aqui a nossa viagem pelo álbum.

16/09, 23h30 – The Gories (USA)
A melhor banda de garagem da América desde os anos 60. Muito primitivos… eles fazem com que pessoas com amps Les Pauls e Marshall pareçam uns idiotas.” – Jack White. The Gories começaram no período de vácuo cultural de Detroit, em 1986. Com origens humildes e com uma série de concertos, esta é uma banda cuja influência é enraizada nos fundamentos primitivos do ritmo dos anos 1950, dos blues desequilibrados de 1960 e do som garage punk. The Gories devem ser vistos num mesmo contexto de influências como os Velvet Underground e os Cramps.

Todavia, Coimbra em Blues não se fica pelos concertos acima. Há actividades paralelas, em “As Praças de Coimbra em Blues”, para a agenda:
09/09, 18h30 – Budda Guedes & Nuno Andrade; Praça da República.
Budda Guedes, um nome conhecido do panorama do Blues nacional, tem no seu projecto Budda Power Blues uma série de actuações em palcos nacionais e internacionais, já tendo representado o país no European Blues Challenge e, no curriculum, conta com vários álbuns gravados aos quais se juntou mais recentemente um trabalho em parceria com Maria João. Nuno Andrade, músico com fortes raízes no Blues que se tem vindo a afirmar no panorama do Blues nacional com os FireBlue Blues Band e, mais recentemente, com a banda- Nuno Andrade Blues Drive. Um encontro de amizade entre estes dois músicos tornou-se inevitável, encontro onde a improvisação é nata, tornando cada actuação única.
Os temas são interpretados sem floreados, numa estética crua; temas originais de cada um, embora, e como é habitual no universo Blues, seja sempre possível surgir durante o concerto alguma reinterpretação de um clássico dos Blues.

14/09, 17h30 – Portuguese Pedro; Praça do Comércio.
Portuguese Pedro faz parte da história da música com berço em Coimbra. Entre outras, foi o fundador, compositor e guitarrista dos Ruby Ann and the Boppin’ Boozers, e acompanhou, na guitarra e no contrabaixo, bandas e artistas internacionais como Carl & the Rhythm All-Stars, John Lewis ou Omar Romero. Não se podendo deixar de referir, ainda, a sua colaboração com os Tiguana Bibles e a Jigsaw. Insinuando uma viagem pelas raízes do rock, Portuguese Pedro traça um percurso desde o country, ao blues e ao rockabilly bebendo influências dos anos 1930 de Jimmie Rodgers, dos anos 1940 de Hank Williams ou dos anos 1950 da Sun Records. Facilmente se é coagido mexer o corpo ao ritmo do bop e do rock’n’roll quando se é inundado pelo enlevo vintage de Portuguese Pedro, algo que revela e espelha a própria forma de estar na vida do artista. Portuguese Pedro contagia com as composições e músicas que têm atraído um público inesperado e heterogéneo, sendo já presença diária na Antena 3, com o seu êxito “Coola Boola Bop” e mais recentemente com o single “BoppinLike a Chicken”. Portuguese Pedro é um projecto diferente que percorre palcos nacionais e internacionais.

A tomar nota de tudo. A marcar presença, em Coimbra. •

Coimbra em Blues
© Imagem de destaque: Pormenor do cartaz de divulgação.

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