José de Guimarães e Museu do Oriente

José de Guimarães e Museu do Oriente preparam-se para levar até si a exposição que marca o arranque das comemorações de aniversário da Fundação e do Museu Oriente, sob o título “Um Museu do Outro Mundo”.

José de Guimarães concebeu uma intervenção inédita e específica para o Museu do Oriente, que tem como ponto de partida o espólio do museu, em articulação e diálogo com peças originais do artista, obras da sua coleção de arte chinesa, assim como outros objectos e imagens que constituem o universo de referências do autor“. O resultado é “Um Museu do Outro Mundo – José de Guimarães nos 30 Anos da Fundação Oriente e nos 10 Anos do Museu do Oriente”, que pode ser visitado a partir do dia 16 de março, no Museu do Oriente, em Lisboa.

A exposição será composta por 150 peças – onde estarão incluídos objectos da colecção Kwon On do Museu do Oriente, obras da autoria de José de Guimarães, criadas a pensar nesta mostra, bronzes, jades e terracotas chinesas da colecção privada do artista -, esta exposição reflectirá sobre o museu “enquanto espaço de alteridade, em permanente troca e diálogo com a estranheza e a familiaridade entre a arte e a vida, o museu e o mundo“. Tem curadoria a cargo de Nuno Faria e arquitectura de Pedro Campos Costa, nesta que é uma intervenção de grande escala em que artista, curador e arquitecto “propõem um diálogo em torno da ideia de museu como estrutura/casa/construto cultural e social em que objectos de diferentes lugares e proveniências reenviam para usos, funções, ostentações e simbolismos diversos, por vezes coincidentes, outras contraditórios“.

A realização esta exposição partiu de um convite do Museu do Oriente ao artista para que unisse, em diálogo, obras da colecção do museu e peças do próprio José de Guimarães. A estas, juntar-se-ão peças da colecção de arte antiga chinesa que sinalizam o importante e singular trabalho de coleccionador que o artista José de Guimarães vem articulando com a sua própria obra, como se fossem duas faces da mesma moeda.

Sobre o artista, José de Guimarães (n. 1939, Guimarães) reparte a sua vida entre Lisboa e Paris. Uma estadia em Angola, entre a década de 60 e 70 do século XX, tornar-se-ia determinante na definição do seu mundo artístico. Porém, se a primeira década de produção artística se baseia em África, nos mais de cinquenta anos de trabalho, encontram-se séries completas dedicadas às culturas chinesa e japonesa, à arte de Rubens, à literatura de Camões ou à concepção particular da morte no México. Nos últimos anos, verifica-se que o seu percurso reflecte uma vocação de formas e figuras tendencialmente cosmopolitas. Um artista do mundo que reflecte a sua globalidade na sua arte, na sua expressão.

O seu trabalho, representado nas mais relevantes colecções institucionais em Portugal e um pouco por todo o mundo, com especial incidência no Japão e Alemanha, propõe cruzamentos com a arte de civilizações não ocidentais – africana, chinesa e meso-americana – uma busca incessante de relações não verbais, a que não é estranho o labor de coleccionador a que se vem dedicando há várias décadas“.

A exposição “Um Museu do Outro Mundo” estará patente até ao dia 03 de junho e marca o arranque das comemorações do 30.º aniversário da Fundação Oriente e do 10.º aniversário do Museu do Oriente, estando inscrita no Ano Europeu do Património Cultural 2018. A inauguração está agendada para o 15 de março, pelas 18h30. Depois, a exposição poderá ser visitada de terça-feira a domingo entre as 10h00 e as 18h00
(à sexta-feira o horário prolonga-se até às 22h00, com entrada gratuita a partir das 18h00).

A visitar, em breve, em Lisboa. •

Museu do Oriente
© Imagem: DR.

Já recebe a Mutante por e-mail? Subscreva aqui .