A Inestética prepara-se para estrear a ópera MANIFESTO NADA de António de Sousa Dias, a partir de manifestos Dada de Tristan Tzara.
MANIFESTO NADA inspira-se no irreverente movimento DADA, que no início do séc. XX provocou rupturas na percepção da arte e inspirou inúmeros artistas e colectivos de vanguarda. Tristan Tzara, considerado o precursor do movimento Dadaísta, afirma claramente com a publicação do livro “Sete Manifestos Dada” (1924) a ruptura entre poesia tradicional e poesia dadaísta, numa atitude provocatória de desconstrução e negação de todas as convenções culturais, sociais, morais, estéticas e linguísticas.
Aqui, o Dadaísmo chega-nos na forma de Ópera de câmara para electrónica, voz e ensemble, a partir de manifestos dadaístas de Tristan Tzara, com música de António de Sousa Dias, encenação de Alexandre Lyra Leite e interpretação do barítono Rui Baeta e das sopranos Joana Manuel e Célia Teixeira, acompanhados por um ensemble composto por Fábio Oliveira (trompete), Philippe Trovão (saxofone tenor), Guilherme Reis (contrabaixo) e António de Sousa Dias (electrónica)
A música de António de Sousa Dias propõe uma viagem possível neste universo, cortejando a desconstrução, flirtando com a colagem, namoriscando a irreverência, num piscar de olhos a diferentes expressões musicais contemporâneas ou próximas do movimento DADA e onde a lógica não é a regra.
Este novo espectáculo surge na sequência da produção de vários projectos no domínio da ópera contemporânea, que a Mutante tem vindo sempre a acompanhar, que conta já com quatro óperas de câmara estreadas pela Inestética e apresentadas a nível nacional – “Serei Eu Fugindo?” (2013) com libreto de Rui Zink, “O Corvo” (2015), a partir de Edgar Allan Poe, “Tabacaria” (2017), a partir de Fernando Pessoa, e “As Flores do Mal” (2019), a partir de Charles Baudelaire.
MANIFESTO DO NADA sobe ao palco do Palácio do Sobralinho – Rua da Escola, Sobralinho, Vila Franca de Xira – de 17 Fevereiro a 5 Março 2022, com espectáculos de quinta a sábado sempre às 21h30 e ao domingo à 18h00.
A tomar nota. A não perder.