Mamonas Assassinas: da Utopia ao sucesso

Dia 20 de junho, a banda brasileira de Guarulhos sobe ao palco da 7ª arte, sob a forma de uma longa-metragem.

Temos sempre a ideia de que “trabalho é trabalho, conhaque é conhaque”. Nalguns empregos, ou até na quase totalidade destes, provavelmente é e tem de ser assim. Porém, por que carga d’água é que a música tem de ser tão séria em tantos aspetos. Não quero com isto dizer que deve ser feita às três pancadas. No fim de contas, é considerada uma arte, logo, deve-se inovar.

Portanto, numa época (anos ‘90) em que o rock estava dominado pelas letras pesadas e sentimentais da vida difícil de adolescente, porque não pensar fora da caixa e produzir algo divertido?

É neste cenário que entra a banda Mamonas Assassinas, com um lirismo simples e de comédia, acompanhado por melodias animadas, com um toque de palavras “inventadas”, além das roupas extravagantes que passaram a usar em palco, com o vocalista Alecsander Alves, mais conhecido como Dinho, personificando, entre muitas outras coisas, o visual de um stripper, acabando por aludir aos tempos em que ele e o baterista, Sérgio Reis de Oliveira, o qual adotou o nome artístico de Sérgio Reoli, tiveram de trabalhar como strippers, com o objetivo de juntarem dinheiro para a banda.

No entanto, o grupo nem sempre adotou este estilo. Aliás, nos seus primórdios, ainda com o nome “Utopia”, os cinco elementos da futura banda Mamonas Assassinas tocavam covers de bandas de rock, assumindo um estilo mais sério, logo, menos brincalhão, a qual viria a ser a sua imagem de marca, tendo arrebatado os corações brasileiros.

Apesar de ter havido vários oportunistas, como a namorada do baixista, Samuel Reis de Oliveira, mais conhecido como Samuel Reoli, algo normal quando o estrelato é alcançado, o grupo era unido, tendo lutado durante anos para conseguir conquistar o tão desejado sucesso, como Dinho refere no seu discurso no Ginásio Polidesportivo Paschoal Thomeu (Thomeuzão). Este momento é um marco importante para a história da ascensão e do sucesso dos Mamonas, tanto que o filme Mamonas Assassinas, o qual retrata muitos aspetos cruciais desta luta, não pelas estrelas, mas sim pelo céu todo, é iniciado com este discurso.

Tamanho êxito teve um desfecho trágico no dia 2 de março de 1996, aquando do acidente do avião onde eles viajavam.


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