Mão Morta / “Viva La Muerte!”

Chegou no passado dia 17 de janeiro, às lojas e às plataformas digitais, o novo álbum dos Mão Morta, “Viva La Muerte!”. Este disco alia-se assim ao espectáculo homónimo, que celebra os 50 anos do 25 de Abril e os 40 anos de Mão Morta. Uma jovem democracia aliada a uns veteranos criativos livres.

Viva La Muerte!” contém o single com o mesmo nome, conhecido no passado mês de novembro, e mais oito canções, todas da autoria de Adolfo Luxúria Canibal, com música de Miguel Pedro e de António Rafael e arranjos de Mão Morta.

Sobre este álbum, a banda partilha que «tendo consciência que o tempo presente é um tempo muito sui generis, em que há uma uma nítida ameaça de regresso do fascismo em todo o mundo democrático, a ideia era fazer uma denúncia deste estado de coisas, deste discurso polarizador que parece que dirige todo o discurso político dominante. Uma denúncia deste impulso de morte, que toma conta do ar dos tempos, expondo os perigos para a democracia e para todos nós.
Assim, e a propósito dos 50 anos 25 de Abril, propusemo-nos à concepção e composição de um espetáculo de palco com temas criados de raiz, que reunissem referências melódicas harmónicas da música de intervenção portuguesa, e que essas referências se misturassem com com rock e com o experimentalismo típicos do som dos Mão Morta. O disco é resultado do espetáculo. Viva la Muerte!
»

As palavras deste grupo de veteranos já tudo dizem sobre a importância de se criar este espectáculo e este disco, com esta força musical e lírica. Nestes tempos de incertezas, um trabalho poderoso como este que nos entregam os Mão Morta não poderia ser mais certeiro, mais sentido – na pele e na mensagem – e necessário. Extremismo, aos olhos e demais sentidos da Mutante, seja ele em que direcção for, quer político-social quer religioso, nunca deverá ser o caminho escolhido. A liberdade é demasiado preciosa e frágil e precisa ser relembrada e tocada assim, a sua indelével importância, com a garra dura e crua dos Mão Morta. Viva la Muerte! é trazer para o universo dos Mão Morta, para os fiéis seguidores da sua estética musical, leves texturas de intervenção – atente-se bem às palavras musicadas e às dinâmicas tocadas – sem vestir a estética, mas sim sabendo-a integrar.
A originalidade dos Mão Morta mantém-se intocada e a democracia e a importância dos seus frágeis valores levada para o que sentimos com um trabalho conceptual sem espinhas, onde o rock e o experimentalismo trazem no regaço as tais referências melódicas harmónicas da música de intervenção portuguesa e não deixam esquecer o que está em jogo, quando a democracia é posta à prova. Com um arranque em coro há que correr para ouvir este trabalho, com as suas nove missivas tão bem orquestradas, dos Mão Morta porque é proibido perdermos a Liberdade.

Viva La Muerte!” foi gravado e misturado por Zé Nando Pimenta no Arda Recorders (Porto) entre setembro e outubro de 2024. Masterizado por Miguel Pinheiro Marques no Arda Recorders (Porto) em novembro de 2024. Pré-produção no Largo Recording Studio (Porto), com Ruca Lacerda e produção de Mão Morta.

Abanda actuou no dia 18 de Janeiro no Theatro Circo, em Braga; e na mira próxima está dia 25 de janeiro no Teatro das Figuras, em Faro; dia 01 de fevereiro no Teatro Municipal de Ourém; dia 26 de fevereiro na Culturgest, em Lisboa, que se encontra esgotado; dia 01 de março no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães e dia 07 de março no Teatro Aveirense, em Aveiro.

“Viva La Muerte!” já pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.

Alinhamento
1. Deus Pátria Autoridade, (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
2. Corre Corre Corre, (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
3. É Proibido, (Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael)
4. Ressentidos e Ressabiados, (Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael)
5. A Liberdade, (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
6. Pensamento Único, (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
7. Líder Povo Nação, (Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael)
8. Ratoeira Bélica, (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
9. Viva La Muerte!, (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)

Adolfo Luxúria Canibal – voz; Miguel Pedro – bateria, percussões e electrónica; António Rafael – piano, Hammond e sintetizadores; Vasco Vaz – guitarras; Ruca Lacerda – guitarras, percussões e bateria (em “A Liberdade”); Rui Leal – baixo e contrabaixo; Fernando Pinheiro – coro (direcção); Jorge Barata – coro; Lucas Lopes – coro; Paulo Santos Silva – coro; Tiago Regueiras – coro.

E, por fim, datas alinhadas para podermos ouvir mais uma irrepreensível masterpiece dos Mão Morta, ao vivo:
25/01 – Teatro das Figuras, Faro.
01/02- Teatro Municipal de Ourém, Ourém.
26 /02 – Culturgest, Lisboa.
01/03 – Centro Cultural de Vila Flor, Guimarães.
07/03 – Teatro Aveirense, Aveiro.
15/03 – Teatro Municipal, Covilhã.
22/03 – Festival Sons de Vez, Arcos de Valdevez.
30/03 – TBA.
04/04- TBA.
19/04 – TBA.
01/08 – Festival Luna Fest, Coimbra.
20/09 – Teatro José Lúcio da Silva, Leiria.
26/09 – Casa da Criatividade, São João da Madeira.
11/10 – TBA.
31/10 – Centro de Arte, Ovar.
29/11 – TBA.
06/12 – Fórum Cultural, Ermesinde.

A tomar nota na sua agenda cultural e a não deixar de ouvir este novo trabalho de originais dos Mão Morta. •

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© Fotografia de destaque: Adriano Ferreira Borges.

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