Está aí o disco de estreia do ars ad hoc – um ensemble dedicado à interpretação e divulgação da música de câmara, conhecido por juntar obras de compositores clássicos e contemporâneos no repertório dos seus concertos.
Depois de sete anos de intensa actividade, marcada por estreias absolutas, digressões, parcerias internacionais e a criação de um público fiel para a música contemporânea, o ars ad hoc apresenta o seu primeiro álbum, homónimo.
Este é um retrato das primeiras sete temporadas do agrupamento português dedicado à música de câmara contemporânea. Gravado entre 2024 e 2025 na Fundação de Serralves para a editora neper music, o disco marca o início da temporada 2025/26 do grupo.
Um álbum que celebra a criação contemporânea
ars ad hoc é um retrato da primeira fase do percurso do grupo e reúne obras de sete compositores, cruzando três grandes nomes da música contemporânea, Emmanuel Nunes, Gérard Grisey e Beat Furrer, com quatro jovens compositores portugueses, cujas obras foram estreadas pelo grupo: Pedro Berardinelli, Carlos Lopes, Mariana Vieira e João Moreira.
Entre as peças destacam-se: intorno al bianco de Beat Furrer, gravada sob a direcção do próprio compositor; Talea de Gérard Grisey, uma obra maior do espectralismo; Degrés, opus 1 de Emmanuel Nunes, escrita quando o autor tinha apenas 24 anos; e ainda quatro obras em estreia discográfica, fruto do trabalho próximo com compositores portugueses que, ao longo das últimas temporadas, têm vindo a criar música para o grupo por encomenda da Arte no Tempo, num percurso de colaboração contínua que valoriza o crescimento artístico de todos os envolvidos.
Profundidade interpretativa
O álbum ars ad hoc espelha o compromisso do grupo com interpretações aprofundadas e com a construção de relações de proximidade com os compositores, valorizando processos artísticos que vão além da estreia. Mais do que uma simples colectânea, o disco propõe um retrato coerente de um percurso vivido em torno da música contemporânea.
Cada exemplar do álbum duplo, que inclui um livro de 40 páginas com textos sobre o grupo, os compositores e as obras, segue com uma fotografia polaroid exclusiva, realizada por Tomás Quintais no decurso da gravação, que revela o lado menos visível da criação, nos bastidores do Museu de Serralves.
Gravado entre 2024 e 2025 no Auditório de Serralves – o “palco-casa” do grupo desde 2021 -, tem edição da neper music e conta com apoio da Direção-Geral das Artes e da Fundação de Serralves.

Sobre o ars ad hoc
Fundado em 2018 no seio da estrutura Arte no Tempo, o ars ad hoc distingue-se por uma abordagem meticulosa à música de câmara contemporânea. O grupo privilegia a profundidade interpretativa e a colaboração próxima com os compositores, em vez da mera acumulação de estreias. Entre os nomes com quem trabalhou contam-se Clara Iannotta, Oscar Bianchi, Luís Antunes Pena, entre muitos outros.
O ensemble tem-se apresentado de norte a sul do país, muitas vezes fora dos grandes centros urbanos, graças ao apoio do Banco BPI | Fundação “la Caixa”, e desenvolvido uma temporada regular na Fundação de Serralves, bem como participações em festivais como o Reencontros de Música Contemporânea (Aveiro), Festival de Leiria, Espinho, Póvoa de Varzim, Marvão e Viseu.
Com programação de Diana Ferreira, o ars ad hoc é formado por Ricardo Carvalho (flauta), Horácio Ferreira (clarinete), Diogo Coelho e Matilde Loureiro (violinos), Ricardo Gaspar e Francisco Lourenço (violas), Gonçalo Lélis (violoncelo) e João Casimiro de Almeida (piano).
ars ad hoc é um ensemble a ter de descobrir e este álbum de estreia é para ouvir, com tempo e no tempo. Música contemporânea a ter debaixo do ouvido.


