A Galeria Arte Graça, em Lisboa, acolhe a partir de amanhã, dia 10 de abril, a exposição fotográfica “Índios Mapuches – Chile 1970/1973”. O retrato da vida de um povo captado pela objetiva de Armindo Cardoso, nos anos 1970′, na época do Governo da Unidade Popular. A mostra denota um interessante registo antropológico sobre os Mapuches – o convívio nos campos, o comércio dos seus produtos e os momentos pré-rituais das Machi, as curandeiras –, que “vivem ainda sobretudo na região de Temuco, no sul do Chile”, afirma Armindo Cardoso, a mesma onde foram encontrados pelos navegadores espanhóis aquando da sua chegada ao outro lado do Atlântico. Uma incursão que resultou na chamada Guerra de Arauco, conflito que durou 300 anos.
Armindo Cardoso, nascido no Porto em 1943, começou a fotografar em 1967. Dois anos depois, parte para o Chile. Torna-se editor gráfico e fotógrafo do semanário Chile Hoy, tendo também sido assistente do fotógrafo polaco Bob Borowicz, e colaborador de dois filmes, e documenta as convulsões sociais e políticas antes e depois do atentado a Salvador Allende, a 11 de setembro de 1973. Já em Portugal, regista o país após o 25 de Abril de 1974 e, no ano seguinte, faz fotografia de teatro, colaborando, com a Seiva Trupe, do Porto, O Teatro de animação de Setúbal, a Barraca e a Companhia de Teatro de Almada, entre outras. A partir de 1991, coopera com a Universidade Autónoma de Lisboa e a revista do Centro Português de Design, em Lisboa e, nesse mesmo ano, dá um curso de animação fotográfica no Centro Artístico e Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo colaborado recentemente com a revista Courrier Internacional.
Boas razões para visitar, até ao dia 27 de abril, a exposição “Índios Mapuches – Chile 1970/1973” no n.º 29 da rua da Graça, em Lisboa. •
+ Armindo Cardoso
© Fotografia: Armindo Cardoso