Cor de burro quando foge. Orelhas de burro. A pensar morreu um burro. Vozes de burro não chegam ao céu. Teimoso que nem um burro… E muitas outras expressões menos próprias, bordadas a vermelho, preenchem cada uma das 38 orelhas de burro feitas de feltro cinzento, suspensas por um fio, as quais traduzem a intemporalidade de citações populares. Em redor, estão 58 frases idiomáticas, em castelhano, francês, inglês, sueco, norueguês, polaco e italiano, a formar uma linha horizontal, em vinil autocolante vermelho, nas quatro paredes de uma sala do Museu de Arte Popular (MAP), em Lisboa.
“Antes morta que burra, 2005/2014”. Assim se chama a exposição da artista plástica portuguesa Ana Pérez-Quiroga, a qual está integrada no Ciclo de Exposições de Arte Contemporânea no âmbito do projeto Travessa da Ermida, no MAP. Para visitar a partir de amanhã, dia 3 de maio, às 17 horas, até 29 de junho, de quarta a sexta, das 10 às 18 horas, e de sábado a domingo, das 10 às 13 e das 14 às 18 horas.
Sobre Ana Pérez-Quiroga (Coimbra, 1960), a artista plástico é licenciada em Escultura pela FBAUL, Meste em Artes Visuais Intermédia, na Universidade de Évora, e doutoranda no Curso de Doutoramento em Artes da Universidade de Coimbra. Expõe com regularidade desde 1999, destacando-se as participações institucionais na Culturgest (Lisboa), no Centro de Arte de Salamanca (Espanha), no Falconer Gallery (Grinnell, Iowa, EUA), no MoCA – Museum of Contemporary Art (Shanghai), no Museu do Chiado/MNAC (Lisboa) ou no Palácio dos Duques (Guimarães) e trabalha, sobretudo, com instalação e fotografia, abordando temas relacionados com a crítica institucional e a história da arte, remetendo para um universo pessoal e intimista. •
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