Novo EP: “Time for T” / Time for T

Em Brighton dizem que é “Time for T” e nós, obedientemente, tomamos tea indie-folk… Um chá que é um novo EP, homónimo de uma banda multicultural.

Como já sabem, Time for T começou a solo com Tiago Saga, fundador dos Time for T, um luso-britânico, nascido em Inglaterra, mas que cresceu na Califórnia Portuguesa, como o próprio apelida o nosso Algarve. Atualmente vive em Brighton, onde concluiu o curso de composição musical na Universidade de Sussex e onde conheceu o resto da trupe de músicos que fazem, hoje, parte desta banda cujo estilo não se pode confundir: é indie com identidade folk, havendo também outros temperos sentidos.

Os Time for T são multiculturais pois é banda composta por músicos de diferentes Europa(s) como: Inglaterra, Espanha, Suíça e Portugal. Esta união de diferentes culturas, que cada um tem inato no seu ADN, traz à construção de sonoridades uma riqueza que de outro modo não seria tão natural e rica, como um assumido travo reggae que se sente, bem forte, em “Human Battery“, segunda música do trabalho lançado pela banda. No ano passado, os Time for T lançaram o single “Phone Sex“ e no mesmo ano fizeram, também, uma digressão por Londres, Paris, Madrid e Lisboa (Festival Optimus Alive), sendo distinguidos com alguns prémios de referência: Ano Novo, Banda Nova, um concurso de bandas revelação promovido pela Antena 3, Optimus Live Act além de terem sido incluídos nos Novos Talentos FNAC. Marcavam território e preparavam ouvidos do público para o que agora nos dão, sem barreiras. Este ano, 2014, lançam o seu EP de estreia em Portugal, cujo single de apresentação foi e é “Free Hugs“. Uma metáfora, com certeza, de quem nos dá um abraço sonoro, bem recebido por nós.

“Time for T”, EP de estreia, foi gravado em Brighton com o produtor Tim Bidwell (Fink, Kate Walsh, Peggy Sue…) e é, para esta jovem trupe, um bom e consistente começo editado, em terras lusas. Este EP chega a até nós com o claro objetivo de nos transmitir a viagem musical que costumam dar-nos ao vivo. O trabalho abre com “Long Day Home“, abrir que marca um ritmo quase country, na percussão, equilibrado com guitarras que conduzem a música alternativa que caracteriza esta trupe. Rumamos  para ‘Human Battery‘ e… um estilo que sai do indie folk pela toada que a voz nos dá, com um ritmo mais quente, é reggae, que encaixa no trabalho, heterogeneidade musical que se recebe bem no alinhamento global. “Jazz Cigarettes” é o continuar numa viagem de estilos (seguros) que nos leva a uns melancólicos blues guitarrados cortados em “Free Hugs” por uma pop bem indie, voltando ao estilo inicial, na abertura do EP. A viagem tem fim à vista com “Johnny“, retrato uma personagem de Brighton que é mendigo de dia e poeta durante a noite, numa sonoridade que nos lembra sonoridades dos The Lumineers (não colagem, mas timbre e ritmo na interpretação de um estilo) e “Donkey Stallion” o acústico limpo, bem conseguido, a fechar as hostes deste trabalho de estreia que conta ajuda de pianos e a voz da Bo Lucas. No todo, é um chá bem servido, que se saboreia e se repete, e é oh so British

Time for T. música e instrumentos – Tiago Saga (letras), Harry Haynes, Joshua Taylor, Juan Serra, Martyn Lillyman e Oliver Weder. Convidados: “Long Day Home” – participação de Andrew Stuart-Buttle (violino); “Jazz Cigarettes” – participação de Ellie Ford (harpa e voz) e de Andrew Stuart-Buttle (violino, piano e voz); “Free Hugs” – participação de Elin Ivarsson (voz); “Donkey Stallion” – participação de Andrew Stuart-Buttle (piano) e de Bo Lucas (voz). Sons indie folk de Brighton para ouvir e conhecer.  •

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