“Um Rastilho em parte incerta” / Rodrigo Oliveira

Duas séries com elementos que se combinam emergem em dois espaços privados com usos públicos diferentes. Uma exposição do artista plástico Rodrigo Oliveira, no hotel Tivoli Lisboa.

No lobby do Tivoli Lisboa, um espaço de passagem mas também de encontro, descobrimos o primeiro momento: três esculturas da série “Ca(u)sas” (2010-2013). A primeira impressão é a de que estamos perante uma mancha de formas iguais preenchidas com cores diferentes. Aproximamo-nos e percebemos que são pequenas e simples caixas de fósforos que foram pintadas e arrumadas numa estrutura, fazendo lembrar gavetas ou arquivos pessoais. A curiosidade levar-nos-á a abrir algumas caixinhas e descobrir o que cada uma encerra dentro do seu espaço íntimo e fechado, num lugar – o lobby do mítico hotel lisboeta –  que é privado, mas de usos públicos, de passagem, do efémero. Rodrigo Oliveira conta-nos que “o principal objectivo do meu trabalho é talvez explorar a condição do individual num mundo dominado pelo social, pelo económico e pelos modelos culturais, propondo uma reflexão sobre os mecanismos de identificação e participação usados na arte e na vida quotidiana”.

O segundo momento desta exposição encontra-se num espaço mais reservado, o restaurante Brasserie Flo. Aqui pode saborear uma refeição e, ao mesmo tempo, contemplar várias peças circulares que fazem lembrar troncos de árvores cortados e expostos do seu íntimo. Aqui podemo observar uma relação de construção/destruição definida pelos nós interiores, representados por fósforos queimados aleatoriamente, os quais deixam marcas.

A exposição “Um Rastilho em parte incerta” pode ser vista de 19 de novembro a 19 de fevereiro na Brasserie Flo e no lobby do Tivoli Lisboa, na avenida da Liberdade, 185, em Lisboa.

Rodrigo Oliveira, nasceu em Sintra, em 1978; vive e trabalha em Lisboa. Estudou na Escola de Belas Artes de Lisboa e na escola Maumaus, em Lisboa, na Universität der Künste de Berlim, na Alemanha, através do programa Erasmus e concluiu, em 2006, o mestrado em Belas Artes na Chelsea College of Art & Design, em Londres, Inglaterra. Em 2013 venceu a bolsa de estudo da Fundación Botín, Santander / Madrid, Espanha.
Expõe individualmente desde 2003, com destaque para o Projecto Parede (2013), MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; “Coisas de valor e o valor das coisas” (2011), Cosmocopa – Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; “A primeira pedra” (e todas as outras mais) (2011), Museu do Chiado, Lisboa; “Ninguém podia dormir na rede porque a casa não tinha paredes” (2010), Galeria Filomena Soares, Lisboa; e “Utopia na casa de cada um” (2009), Centro das Artes Visuais, Coimbra.
Das exposições colectivas, destacam-se: “Cor+Labor+Ação” (2011), Casa arte contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; “ResPública 1910 – 2010 face a face” (2010), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; “A culpa não é minha” (2010), Museu Berardo, Lisboa; “Where are you From?”, Contemporary Portuguese Art (2008), Faulconer Gallery, Grinnel, Iowa, E.U.A.; “Eurobuzz”, Agorafolly – Europália European Festival (2007), Place de la Chapelle, Bruxelas; e “There’s no place like home” (2006), Homestead Gallery, Londres.
O seu trabalho encontra-se presente em diversas coleções públicas, tais como: Fundação EDP, Portugal; Museu do Chiado, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Fundação Leal Rios, Lisboa; Colecção PCR, Lisboa; Colecção António Cachola, Elvas, Portugal; e Peggy Guggenheim Museum, Veneza.

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