A Monstra anda à solta no Museu da Marioneta

Em parceria com o Festival de Animação de Lisboa, o Museu da Marioneta, em Lisboa, abre, hoje, dia 19 de fevereiro, as portas com duas novas duas exposições dedicadas ao cinema de animação.

Imagem do “Papel de Natal”, o filme do realizador e produtor português José Miguel Ribeiro

Afinal, o cinema de animação não começa nem acaba no ecrã. Grande e pequeno. A prova está nas duas mostras mergulhadas na magia da animação para miúdos e graúdos, “Papel de Natal”, de José Miguel Ribeiro, e “Entre a realidade e a fantasia”, de Špela Čadež, as quais deixaram entrar a edição de 2015 da Monstra no Museu da Marioneta.

A primeira é composta por cenários e personagens do filme “Papel de Natal”, empenhado em chamar a atenção para uma sociedade mais solidária e amiga do planeta. Uma aventura protagonizada por um Pai Natal ecologista, a Dodu, uma menina de oito anos, um marco do correio e um ecoponto, onde as famílias são conscientes e ativas no contributo para uma qualidade de vida melhor e as florestas são mais felizes. Já agora, porque não embrulharmos os presentes de Natal – e outros – com papel reciclado?

Quanto ao realizador português, é licenciado em artes plásticas e pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, estudou animação de desenho na Lazzenec-Bretagne, em Rennes, e no Filmógrafo, no Porto, e lecionou no CITEN, em Lisboa; fundou as produtoras Sardinha em Lata e, em 2012, desvinculou-se da primeira para criar a produtora Praça Filmes, em Montemor-o-Novo. Dos filmes de animação, “A suspeita” (1999) é, até hoje, a animação portuguesa mais premiada de sempre – com 26 prémios internacionais, dos quais se destaca o Cartoon D’Or 2000. No portfólio constam ainda “As coisas lá de casa”, “O banquete da rainha”, “O passeio de domingo” e a “Viagem a Cabo Verde”.

Por sua vez, a segunda exposição apresenta marionetas, cenários e adereços dos filmes de marionetas da realizadora eslovena Špela Čadež, na qual podem assistir à evolução do trabalho da autora, desde as marionetas de arame à primeira vez que utilizou os diálogos, tornando o movimento bocal um desafio ultrapassado. Em “Entre a realidade e a fantasia”, Filip e Tereza, os personagens do filme co-produzidas com o seu colaborador Žiga Lebar, são feitos de silicone, o que lhes permite verbalizar.

Špela Čadež estudou no departamento de Media Design da Academia de Artes Media, em Colónia, na Alemanha, após a licenciatura em Design de Comunicação Visual em Ljubljana, a capital da Eslovénia, período durante o qual realizou dois filmes animados com marionetas – “Companheiro de medida” e “Lovesick”. Desde 2008, Špela Čadež é realizadora e produtora independente de filmes de animação no seu país natal.

As duas exposições estão patentes no Museu da Marioneta, em Lisboa, até 19 de abril e podem ser visitadas entre as 10 e as 13, e entre as 14 e as 18 horas, de terça a domingo. Anote na agenda o dia a ir ou inclua o museu no roteiro num passeio na cidade das sete colinas. •

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© Legenda da imagem de entrada: “Entre a realidade e a fantasia”, da realizadora e produtora eslovena Špela Čadež

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