Em Serralves tudo se prepara para receber a exposição “Arquitetonização”, da artista polaca Monika Sosnowska.
O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta a primeira exposição em Portugal da escultora Monika Sosnowska (Ryki, Polónia, 1972). “Arquitetonização” é uma exposição concebida em diálogo direto com a arquitetura do Museu de Serralves, com traço puro de Álvaro Siza Vieira. Ocupando mais de sete das suas maiores galerias, o átrio do Museu e o exterior Pátio da Adelina, numa progressão de instalações e objetos criados entre 2003 e os dias de hoje, a exposição revela, de forma marcante, o percurso de uma artista cujo pensamento está intrinsecamente ligado à escultura e aqui, à arquitetura e seus elementos.
Entre as obras incluídas encontram-se antigas estruturas de corredores e pavilhões que criam rotas espaciais alternativas dependentes dos movimentos do observador, intervenções autónomas que aludem ao colapso e ao fragmento e, grandes peças em ferro forjado constituídas por elementos estruturais usados na construção de edifícios numa escala de um para um, fundidos em formas suspensas, pendentes e móveis no espaço, produzindo um efeito surpreendente a quem caminhar pela exposição. É um viver escultórico da arquitetura. Propostas espaciais em menor escala, tanto abstratas como funcionais, mostram a atenção de Sosnowska aos detalhes de materiais e formas, ao mesmo tempo investigativos e profundamente humanos.
Nascida em 1972 na Polónia e a viver em Varsóvia, Sosnowska tem olhado consistentemente para a linguagem da arquitetura enquanto forma de expressão, enquanto forma expressiva. Desde a sua primeira importante mostra pública, na 50ª Bienal de Veneza de 2003, comissariada por Francesco Bonami, Sosnowska tem desafiado as possibilidades da escultura enquanto algo inerentemente feito e não apenas produzido. O facto de as suas esculturas recentes serem comparadas à obra de Richard Serra e Vladimir Tatlin (escusado será pedir-vos para olharem, novamente, para a imagem em destaque) atesta a ambição física, com base sólida, de muitos trabalhos. Espaços labirínticos que evocam a contenção institucional, estruturas em aço torcidas e comprimidas e móveis outrora funcionais dobrados numa tensão burlesca aludem a comunidades e histórias, bem como aos corpos e ideais que os sustentavam.
O catálogo da exposição inclui ensaios de Gabriela Świtek, professora no Instituto de História de Arte da Universidade de Varsóvia, que se debruça sobre a referência claro ao modernismo da Europa de Leste na obra de Sosnowska, e da comissária da exposição, Suzanne Cotter, que situa a escultura de Sosnowska na história das práticas contemporâneas dos séculos XX e XXI. A publicação apresenta imagens da montagem da exposição em Serralves e um ensaio fotográfico da autoria da artista sobre a sua pesquisa de materiais para a exposição na cidade do Porto. A exposição tem inauguração marcada para o próximo dia 20 de fevereiro e estará patente até dia 31 de maio de 2015.
Uma exposição a não perder, no Porto, em Serralves. •
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