Duas novas exposições no CAM / Gulbenkian

“Antes e depois” e “Isto é uma ponte” formam a dupla de mostras expositivas que, a partir de amanhã, dia 13 de fevereiro, abrem as portas a todos, no CAM – Centro de Artes Modernas, da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Instalação de Miguel Ângelo Rocha, para ver, a partir de amanhã, no CAM

Sobre a instalação in situ de Miguel ângelo Rocha, “Antes e depois”, patente na Sala de Exposições Temporárias e na Sala Polivalente do CAM, representa o tempo sem o antes nem o depois, um “tempo subjetivo”, como lhe chamou o autor da peça criada no âmbito do gerúndio, pois denota uma “alteração constante”, sem princípio nem meio, nem fim, consoante a perspetiva do visitante e a dose de curiosidade de quem a aprecia de perto, e que “incorpora” duas linguagens: “o desenho e a escultura”. A explicação é dada por Miguel Ângelo Rocha cuja mostra consiste, no fundo, na interpretação de um “trabalho escultórico e artístico”, afirma o comissário, Nuno Crespo, também professor e crítico de arte, o qual permanece acompanhado por uma composição musical em ato contínuo, com a duração de três meses e sem repetições.

Por sua vez, a peça sonora é um original de Pedro Moreira, no saxofone, de André Fernandes, na guitarra, e de José Luís Ferreira, na composição, como resposta ao desafio apresentado pelo artista luso e pelo comissário. O papel da música consiste, neste âmbito, “‘transmitir’ a peça” através de “blocos processados” eletronicamente, diz Pedro Moreira, permitindo um controlo aleatório da mesma. Em suma, “são duas esculturas – uma física e uma sonora – que interfere uma com a outra”, reforça José Luís Ferreira.

“Antes e depois” tem programadas visitas orientadas para três datas:
• 19 de fevereiro / 17 horas: Em contacto! Artistas e curadores (5 euros);
• 20 de fevereiro /13.15 horas: Appetizer – Um pouco de arte à hora do almoço no CAM, com orientação de Maria João Carvalho (gratuito);
• 22 de fevereiro / 12 horas: À descoberta do CAM – Visitas de Domingo, com orientação de Maria João Carvalho (2 euros).

Professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Miguel Ângelo Rocha (Lisboa, 1964) vive e trabalha em Lisboa e está representado na coleção do CAM, da Fundação EDP e do Museu do Chiado, em Lisboa, da Fundação de Serralves, no Porto, do MUDAM, no Luxemburgo, e do Stephen M. Ross School of Business, University of Michigan, nos EUA, entre outros.

Pormenor de “Vervaz” (2009), é um dos quadros que integra a exposição “Isto é uma ponte, de Bernard Frize (acrílico e resina sobre tela / cortesia Galerie Nächst St. Stephan Rosemarie Schwarzwälder, Viena)

Também no CAM, Bernard Frize, um dos mais destacados pintores franceses da atualidade e distinguido, há pouco tempo, com o prémio  Kathe Kollwitz, atribuído pela Academia das Artes de Berlim expõe, pela primeira vez, em Portugal com “Isto é uma ponte”. Comissariada pela crítica de arte Isabel Carlos, a exposição representa um trabalho pictórico focado em quatro séries que, apesar das diferentes técnicas e estéticas, estão ligadas entre si. Este vínculo – ou ponte – é feito entre a abstração e a figuração, a fotografia e a pintura, através de uma linguagem enigmática e, em simultânea, descontraída por intermédio ora da singularidade da cor, ora da mistura de cores. As pinturas aqui reunidas foram produzidas durante a segunda metade da carreira do artista francês, ou seja, ao longo de duas décadas.

Quanto às visitas orientadas à exposição, está agendada uma: Em contacto! Artistas e curadores, para 13 de fevereiro, às 17 horas e o valor do bilhete é de 5 euros.

Bernard Frize (Saint-Mandé, 1949) vive entre Paris e Berlim, onde se encontra há oito anos. A notoriedade no universo da pintura acontece com as séries “All over”, realizadas em 1977 e, dois anos depois, teve a primeira exposição individual na Galerie Lucien Durand, em Paris. Na lista das cidades que já viram as suas exposições constam Roma (Villa Medici), Londres (Simon Lee Gallery), Nova Iorque (Pace Gallery) ou Paris (Galerie Emannuel Perrotin), entre outras. Na sequência do prémio que recebeu recentemente, irá apresentar, em outubro, uma exposição na Academia das Artes de Berlim.

“Antes e depois” e “Isto é uma ponte” estão patentes até 31 de maio no CAM, que permanece de portas abertas de terça a domingo, das 10 às 18 horas. O preço do bilhete de acesso é de 5 euros exceto ao domingo, dia em que a entrada é gratuita. •

+ CAM – Centro de Arte Moderna / Fundação Calouste Gulbenkian
© Legenda da fotografia de entrada: “Sollip” (2012), de Bernard Frize / Acrílico e resina sobre tela / Coleção particular

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