A artista e arquiteta portuguesa expõe no Palácio de São Clemente, no Rio de Janeiro, Brasil.
“Casa onde não há pão não há sossego.” “O pão nosso de cada dia nos dai hoje.” “Educação é liberdade.” “Sou o produto e o destino de toda uma geração. Não tenho pão mas aprendi a escrever. A minha avó não sabia ler.”
Estas e outra frases ilustram 25 violas de dois corações, originárias de São Gonçalo, no concelho de Amarante, Portugal – conhecidas também por violas amarantinas –, as quais compõem a instalação de arte contemporânea intitulada “A beleza que não é só minha”, de Cristina Rodrigues, que as lacou a branco e as cobriu com desenhos de narrativas no feminino feitos à mão e com a sua assinatura, para as expor no Palácio de São Clemente, na cidade carioca do Brasil.
Sobre o Palácio de São Clemente, erigido na década de 1950, o edifício acolhe a arte azulejar da Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego, nomes de ilustres artistas, como Jorge Barradas, pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista português, e do trabalho de mestres da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, traduzindo-se, deste modo, na casa ideal para receber a instalação de arte contemporânea da artista e arquiteta portuguesa radicada em Londres há seis anos, e que tem vindo a fazer um trabalho meritório em torno de questões pertinentes, como o acesso à cultura em territórios de baixa densidade demográfica, trabalhando diretamente com mulheres da comunidade rural e, assim, contribuir para a redução das desigualdades sociais e regionais.
No âmbito do seu percurso profissional, constam as passagens pelo Guangdong Museum of Art, na China (2013); pelo MUDE – Museu do Design e da Moda, em Lisboa (2013); pelo Museu Nacional de Arqueologia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa (2013/2014); pela Zweigstelle Berlin (2014); pela TIL Gallery, em Londres, Reino Unido; pela Catedral de Manchester, em Inglaterra (2014); no Mosteiro de Alcobaça (2015); na Mansão Senhorial de Tatton Park, em Inglaterra (2015); e no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante (2015).
A mostra, patente desde ontem, dia 10 de novembro, é para integrar no roteiro pela cidade do Rio de Janeiro, até 20 de janeiro de 2016. Quem vai? •
+ Cristina Rodrigues
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