18.ª Semana Cultural Universidade de Coimbra

Está de regresso a Semana Cultural da Universidade de Coimbra com um programa que vai ter de colocar na sua agenda de março (e não só), e que começa já amanhã. Indo por partes, para que não perca pitada de nada do arranque, eis um sucinto alinhamento para o acicatar.

“O papel do livro”. Com o livro como protagonista, a programação deste ano contará com mais de 90 iniciativas que vão ocupar os espaços da Lusa Atenas de 1 de março a 1 de maio, abrindo-se espaço para a 18.ª Semana Cultural, que é, na verdade, bem mais que sete dias. Espetáculos, cinema, exposições, conferências e debates, e oficinas. Tudo sob égide de: “O Livro: No princípio, era o conhecimento”.

A Semana Cultural que se estenderá a dois meses, pelo número elevado de propostas, serve de pretexto para se refletir sobre o papel do livro na atualidade e a sua materialidade, mas também porque é, em 2016, que se comemora a autorização régia de D. João V para a construção da Casa da Livraria da Universidade, hoje Biblioteca Joanina (referida aqui, na Mutante). Livro, que bem precioso que nos faz ser, existir, viajar, criar… Perfeito protagonista. Falemos de março nesta semana que vai durar oito semanas.


© “A Festa (da Insignificância)”

Na dança, terems a Companhia Paulo Ribeiro em confronto com a mais recente obra de Milan Kundera. A marcar a abertura de dois intensos meses de programação, amanhã, dia 1 de março, pelas 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), sob ao palco “A Festa (da Insignificância)”, pela Companhia Paulo Ribeiro, Companhia que celebra 
20 anos numa coreografia que soma todas as outras. “Um mergulho no mais profundo de si próprio com a vontade de encontrar o que de melhor se pode oferecer a quem decide partilhar esta aventura connosco. Como diz Bergman, sem um tu não pode haver um eu. É esta a beleza de todas as relações, muito especialmente a da relação entre autor e público.” Paulo Ribeiro natural de Lisboa, fez carreira como bailarino em várias Companhias belgas e francesas até que os seus passos o conduziram ao papel de coreógrafo. Estreou-se na coreografia em 1984, em Paris. Entre vários reconhecimentos nacionais e internacionais, Paulo Ribeiro dirigiu o Ballet Gulbenkian e é atualmente Diretor-geral e de Programação do Teatro Viriato, em Viseu. Colaborou com a Escola Superior de Dança e com o Conservatório Nacional de Dança, coreografou para o cinema e para várias companhias de dança em Portugal e além fronteiras. Fundou, ainda, o Lugar Presente, projeto pedagógico da Companhia de Dança que leva o seu nome e celebrou, em 2015, 20 anos de existência. Um espetáculo a não perder.

Ainda amanhã, um pouco mais cedo, pelas 14h30, há a Entrega do Prémio Universidade de Coimbra, na Sala Grande dos Atos da Universidade de Coimbra. Adélio Mendes é um cientista portuense, coordenador do Centro de Competências para a Energia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e membro de uma equipa da NASA que investiga a produção de oxigénio de elevada pureza para enchimento de garrafas utilizadas pelos cosmonautas. O docente da FEUP foi ainda distinguido pela European Reserach Council pelo seu trabalho Building Dye Sensitized Solar Cells, na área da tecnologia fotovoltaica.

Não saindo do dia 1 de março, a partir das 17h30, na Via Latina – Pátio das Escolas, a Semana Cultural associa-se aos 90 anos sobre a morte de Camilo Pessanha, com a leitura integral de Clepsidra pelo Grupo de Leitura Alma Azul / Coimbra A. Camilo Pessanha é considerado o expoente máximo do simbolismo português e antecipador de alguns princípios modernistas, como a fragmentação. Uma organização Alma Azul.


© Manuel Göttsching

No dia 4 de março, sexta-feira, pelas 21h30, Manuel Göttsching toca “E2-E4” no trigésimo aniversário da Rádio Universidade de Coimbra (RUC). Um concerto inédito e em exclusivo no TAGV. Manuel Göttsching revisitará, na íntegra, aquela que é considerada uma das obras-primas da eletrónica – “E2-E4”. Trinta e cinco anos depois da sua gravação, o mentor dos projetos Ashra e Ashra Tempel promete, numa suite de 58 minutos, uma viagem pelo krautrock proporcionada por este álbum avant-garde na história da música, em estreia exclusiva em Portugal e integrado no programa da 18.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra. A primeira parte do concerto está nas mãos do jovem projeto de Luís Fernandes (Astroboy), Landforms. Se é fã de electrónica, é um concerto obrigatório. Se é um curioso, é uma oportunidade única de viajar na história da música.

Sábado, dia 5 de março, pelas 10h00, é para rumar até à Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (Sala de São Pedro), para “A Biblioteca mostra (e explica) os seus Tesouros“, numa conferência sobre mais uma das peças bibliográficas notáveis dos fundos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra: um bibliotecário fala do objeto material e um universitário fala da obra intelectual. Uma organização da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

Ainda no mesmo dia 5, pelas 21h30, no TAGV, é tempo de ópera. A Orquestra Clássica do Centro, o Coro Misto da Universidade de Coimbra, o Coro do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e o Coro de la Universidad de Salamanca interpretam peças de Giacomo Puccini, Giuseppe Verdi, Wolfgang A. Mozart, Vincenzo Bellini, Gioachino Rossini, Gaetano Donizetti e Georges Bizet. A não perder, a Gala de Ópera Livro de Coro e Orquestra.

Terminemos este alinhamento de cultura com uma exposição multimédia “Não te livres do Livro” que leva o visitante a percorrer vários locais na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra como forma de promover a descoberta de livros, de autores e da própria Universidade. Patente de 1 de março até 1 de maio. A visitar.

A tomar nota. A mergulhar na celebração da cultura que a Universidade de Coimbra tem para lhe oferecer. No link abaixo, acompanhe o programa 2016, detalhadamente. Prometemos, mesmo assim, ir reavivando a vossa memória, de tempos a tempos. •

18.ª Semana Cultural Universidade de Coimbra – Programa
+ TAGV

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