No Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães, setembro é início de uma nova temporada artística se anuncia e celebração pelos onze anos de existência.
Como já é hábito, a nova temporada do Centro Cultural Vila Flor abre com uma convocatória de caráter ritualista dos tempos modernos, o Manta, que começa hoje – ver aqui o alinhamento. “Um encontro no jardim que liga o Palácio Vila Flor ao Centro Cultural, para se estender a Manta e sentir o poder universal da música de forma livre, próxima e jubilatória. Um conceito muito especial que congrega artistas e público para o centro das manifestações artísticas, num anfiteatro natural com cenário arquitetónico singular“.
Do jardim do Manta para o Grande Auditório, em dia de aniversário do CCVF, 17 de setembro pelas 22h00, evocar-se-á um ícone da cultura europeia, Edith Piaf, através da música teatral do mítico trio britânico The Tiger Lillies (banda com uma carreira de aproximadamente um quarto de século e continuam a ser uma das bandas mais originais e provocadoras, desafiando todos os rótulos e géneros), que acabam de publicar o seu mais recente trabalho com base no legado da inesquecível cantora, assinalando também o centenário do seu nascimento. Uma obra imortal revisitada em tons contemporâneos por um trio altamente sedutor em concerto único, “Madame Piaf” é um sincero tributo ao “Pequeno Pardal” francês, Edith Piaf, num projeto que serve como uma luva à banda que lhe dá corpo e o trio reproduz assim um tema que tanto lhes apraz, a vida boémia de Piaf na capital francesa. O universo de The Tiger Lillies é negro e peculiar, com momentos que passam pela tristeza profunda, pela beleza imensa ou ainda por um humor controverso. E porque é dia de festa, o CCVF oferece ao público este concerto, que aqui se apresenta em estreia nacional. A entrada é livre mediante o levantamento prévio de bilhetes. Haverá melhor prenda e forma de celebrar?
© DR, “A festa (da insignificância)”
Como um aniversário sem festa não faz sentido, não é aniversário comme il faut, o CCVF abrirá espaço à dança e ao regresso de Paulo Ribeiro. No dia 24 de setembro, o Grande Auditório acolherá “A festa (da insignificância)”, criação que se assume como uma festa, na qual o coreógrafo “tem a pretensão de dar corpo às motivações interiores e secretas, dar corpo à utopia, à expetativa e à vontade de criar uma plataforma de entendimentos e cumplicidades. Também este espetáculo é uma comemoração em si mesmo, ao marcar os 20 anos da companhia do coreógrafo que aqui comprova estar em grande forma criativa“.
© DR, “Força Humana”
Para fechar um mês inteiro de celebrações merecidas, o teatro. Uma estreia absoluta em regime de coprodução, “Força Humana”, apresentar-se-á no dia 30 de setembro, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade. A peça parte da experiência sentida na Capital Europeia da Cultura através da leitura de “Os Lusíadas” por António Fonseca, que agora utilizando esse património se lança em nova criação com outro ator, José Neves, e música de Paulo Furtado (Mr. Tigerman). “Um lastro interessante que vem de 2012 e agora se volta a manifestar de outra forma original num incessante processo de construção imaterial. ‘Força Humana’ parte do desejo de encontrar, na vastidão do poema épico, as pistas de decifração do Portugal contemporâneo“.
Se andar por Guimarães em setembro, junte-se à festa deste imparável CCVF que é casa de toda uma cultura sem fim. A ir. •
+ CCVF
© Imagem de destaque: The Tiger Lillies.
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