Desde o final dos anos 1960, os incontornáveis, diríamos mesmo os míticos The Stooges têm marcado o panorama musical mundial com uma mistura de rock, blues, R&B e jazz livre, no qual Iggy Pop começou a sua carreira – lançou as bases do que viria a ser o punk e rock alternativo. “Gimme Danger” narra a saga dos The Stooges e apresenta o contexto no qual surgiu uma das maiores bandas de rock de todos os tempos que, para vós apreciadores, seguidores ou meros curiosos de todo um universo marcante da história da música internacional no seu todo, escusaria quaisquer apresentações.
Esta sacra saga é narrada pela mão segura e que tão bem sabe de Jim Jarmusch que nos brinda com as aventuras e desventuras, mostrando as inspirações e motivações de seus primeiros desafios, até à chegada ao Rock Hall of Fame. Cineasta, argumentista, ator e músico nascido em Akron no Ohio, Jim Jarmusch é um dos bons representantes do “cinema independente americano”. A qualidade ímpar dos seus filmes “advém da alquimia elegante e perfeita entre aquilo que convoca de clássico e de ‘moderno, de um passado e de um presente (do cinema, da literatura, da música e da cultura em geral), da América (para a qual Jarmusch olha com um olhar de estrangeiro, um estrangeiro benigno e fascinado, nas palavras de Tom Waits) e do mundo.”
Do semi-autobiográfico filme de fim-de-curso “Permanent Vacation/Sempre em Férias” (1980) e de uma das mais marcantes e influentes primeiras obras de sempre, “Stranger Than Paradise/Para Além do Paraíso” (1984, vencedora da Caméra d’Or em Cannes), passando por esses inolvidáveis filmes-trip que são “Dead Man/Homem Morto” (1995) e “Only Lovers Left Alive/Só os Amantes Sobrevivem” (2013; banda sonora, fotografia e representação irrepreensíveis), até ao par de obras de 2016, “Paterson” e “Gimme Danger” (documentários sobre o rock’n’roll proto-punk de Iggy Pop e dos seus Stooges), o tempo e o ritmo do cinema de Jarmusch são os do blues e do jazz e são naturais prisões para o nosso olhar e ouvir. “Os seus filmes fazem-se de silêncios e pequenos detalhes, de estruturas narrativas esparsas, de ambientes melancólicos e, acima de tudo, de um amor e humor muito ternos por personagens apanhadas em trânsito (físico, emocional ou mental) nas suas vidas.”
Porque cremos que não são precisas mais explicações ou divagações ou, até mesmo, justificações, na próxima segunda-feira dia 12 de dezembro, pelas 21h30, todos os caminhos vão dar ao Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra. A não perder, “Gimme Danger” (2016) de Jim Jarmusch. •
+ TAGV
© Imagem: Cartaz oficial de “Gimme Danger”.
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