Joana Gama e Luís Fernandes regressam ao Teatro Maria Matos para lhe mostrar mais um capítulo de Quest, desta vez com a Orquestra de Guimarães.
Quest, agora promovido a nome próprio, representa uns dos trajetos mais determinados ― e, por conseguinte, promissores ― a que temos assistido na música feita em Portugal. Joana Gama e Luís Fernandes iniciaram a colaboração em 2014, com um disco elegantíssimo, raro nos seus cruzamentos entre piano e eletrónica, com uma inspiração cageana e propondo novas ideias para um ambientalismo fecundo que nos inundou de imagens e sensações ― foi, por isso, que Quest forneceu matéria preciosa para as bandas sonoras dos premiados “A Glória de Fazer Cinema em Portugal” de Manuel Mozos e “Penúmbria” de Eduardo Brito. A solidez do duo encontrou retorno igualmente fora de portas, com concertos no Rio de Janeiro ou Nova Iorque, por exemplo. Na sua memória recente, estará ainda “Harmonies”, a proposta do duo em torno da música de Satie, aqui falada na Mutante, agora em inspirada cooperação com o músico e artista plástico Ricardo Jacinto. E, se depressa se percebe que o duo estava continuamente a desafiar-se para altos propósitos, nada nos preparou para este segundo passo em que colaboram com a Orquestra de Guimarães. Com a ajuda de José Alberto Gomes na orquestração e arranjos, ir-se-á amplificar e complexificar a sonoridade Quest, na qual todos os jogos e contaminações habituais entre o piano e eletrónica se multiplicarão por cordas, sopros e percussão, permitindo que Quest se expanda, por reforço e contraponto ao ensemble. Em apenas três anos, Joana Gama e Luís Fernandes mudaram parte do nosso mundo sonoro e ainda parecem querer dizer que o irão fazer à custa de pequenas, inesperadas e constantes revoluções. Muito apropriadamente, o nome Quest parece servir e inspirar toda a música que daí virá.
Antes de se apresentarem em Lisboa, no dia 08 abril, Quest + Orquestra de Guimarães sobe ao Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no dia 07 abril, no âmbito do Westway Lab Festival 2017.
Ao piano, Joana Gama; na eletrónica, Luís Fernandes; a quem se junta Orquestra de Guimarães. Como maestro, Vítor Matos; nos violinos, Álvaro Pereira e Filipa Abreu; na viola, Emídio Ribeiro; no violoncelo, Carina Albuquerque; no contrabaixo, Jorge Castro; na flauta, Patrícia Reis; no oboé, Luís Alves; no clarinete, Domingos Castro; no fagote, Pedro Martinho; no trompete, Ângelo Fernandes; no trombone, David Silva; na trompa, Bruno Rafael; na percussão, Vítor Castro e André Araújo. Composição da pena de Joana Gama e Luís Fernandes, e arranjos e orquestração de José Alberto Gomes, numa coprodução Câmara Municipal de Guimarães e Centro Cultural Vila Flor.
A colocar na sua agenda musical. A ir. •