A Temporada 17/18 da Gulbenkian Música propõe uma forma irresistível, de três concertos, para celebrar da melhor forma a encantada quadra natalícia.
Tudo começa com um momento absolutamente imperdível para todos os que, na meninice, entraram no universo mágico do filme “O Feiticeiro de Oz”, (aquele bem antigo que é insubstituível). Assim, no segundo fim-de-semana de dezembro, nos dias 08 e 09 – às 19h00 e às 21h00, respectivamente -, a Orquestra Gulbenkian interpreta música ao vivo durante a projeção deste filme – realizado por Victor Fleming – de 1939 e que desde os anos sessenta não mais parou de ser transmitido pela televisão portuguesa (quantas vezes já viu o filme?). “O Feiticeiro de Oz” tem como protagonista a mágica atriz Judy Garland no papel de Dorothy, uma jovem que é apanhada por um tornado no Kansas e levada para uma terra fantástica, habitada por personagens que fazem hoje parte da cultura popular americana (e, cremos, que não só da americana), como o professor Marvel, o Leão Covarde, o Homem de Lata ou a Bruxa Malvada do Oeste. Foi ainda para este filme que foi escrita a inesquecível música “Somewhere over the Rainbow” – composta por Harold Arlen -, que Judy Garland interpretou vezes sem conta ao longo de toda a sua carreira, e que foi naturalmente votada como Canção do Século pela Record Industry Association e declarada pelo American Film Institute como a mais célebre de sempre, inevitavelmente.
Uma semana depois, a 15 e 16 de dezembro – às 20h00 e às 19h00, respectivamente – é a vez do Coro e Orquestra Gulbenkian apresentarem a tradicional Oratória de Natal de Bach. Dirigido por Michel Corboz, o concerto conta não apenas com um tenor-narrador, como aconteceu na primeira apresentação desta obra, mas com a presença de quatro solistas: a soprano Maria Cristina Kiehr, a meio-soprano Marianne Beate Kielland, o tenor Tilman Lichdi e o barítono Peter Harvey. Composta para celebrar o Natal de 1734, “a famosa Oratória de Natal de J. S. Bach recupera, adapta e expande alguma da música escrita pelo compositor em peças anteriores, nomeadamente as suas cantatas. A oratória é constituída por seis partes, cada uma destinada a um dos dias principais das festividades do Natal. Respondendo com uma música que, ela própria, expressa a unidade de todo o conjunto, nesta sua majestosa criação Bach inunda de devoção e criatividade musical a narração dos diferentes episódios relativos ao nascimento e primeiros dias da vida de Cristo, até ao início da fuga da sagrada família para o Egipto.”
A fechar esta época encantada, os concertos de 20 e 21 de dezembro [e 22 de dezembro, data extra] – sempre às 20h00 – com “Musicais e Natais do Mundo” apresentam um programa com a cantora portuguesa Sofia Escobar e canções de Leonard Bernstein, Andrew Lloyd Webber, Frederick Loewe, entre outros. Formada pela prestigiada Guidhall School of Music and Drama, Sofia Escobar partiu para Inglaterra a fim de cumprir o sonho de integrar o elenco dos grandes musicais do West End. Foi precisamente nos palcos londrinos que se afirmou, assumindo a pele e a voz de Christine, em “O Fantasma da Ópera”, e de Maria, em “West Side Story”. Pelo seu valor, foi eleita como melhor atriz de teatro musical no Reino Unido em 2009 ela e foi nomeada para os prémios Lawrence Olivier. Apresenta-se pela primeira vez na Gulbenkian Música e se junta ao Coro e Orquestra Gulbenkian, para interpretar canções que a tornaram célebre em Inglaterra, nomeadamente com os musicais “West Side Story” e “O Fantasma da Ópera”, integrando-se num programa preenchido com temas de musicais famosos e conhecidas canções de Natal.
Programa imperdível, concorda? A tomar nota, a ir, na Gulbenkian. •
