No final deste mês de janeiro a Gulbenkian Música apresenta, em parceria com a Biennale de Quators à Cordes de la Philharmonie de Paris, o Festival dos Quartetos de Cordas -“uma iniciativa que pretende dar a conhecer ao público seis dos mais inventivos e jovens quartetos de cordas da atualidade“. A conhecer: David Oistrakh String Quartet, Jack Quartet, Artemis Quartett, Quator Arod, Elias String Quartet e Chiaroscuro Quartet.
Seguindo o formato tradicional dos quartetos de cordas – com dois violinos, uma viola e um violoncelo – os seis quartetos de cordas selecionados para o festival chegar-lhe-ão com “uma diversidade de propostas musicais, atravessando os vários séculos de reportório da música erudita. De Bach, Beethoven e Mozart a Xenakis e Haas, os quartetos de cordas apresentados neste festival dão a possibilidade de descobrir obras contemporâneas e revisitar peças obrigatórias do reportório de câmara“.
Apresentado como dos momentos mais altos do festival é o concerto do JACK Quartet no sábado, dia 27 de janeiro, pelas 18h00, no Grande Auditório da Gulbenkian. Neste concerto será interpretada, em estreia absoluta, a peça “Quarteto para Cordas nº1”, encomendada pela Fundação Calouste Gulbenkian à compositora Andreia Pinto Correia. A esta peça segue-se a interpretação de “Tetras”, de Iannis Xenakis, igualmente, uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian (1983). Por fim, o concerto termina em plena escuridão durante a peça “Quarteto para Cordas nº9”, de Georg Friedrich Haas, especialmente concebida para ser interpretada nesse ambiente. Imperdível.
David Oistrakh String Quartet dar-lhe-á a conhecer quatro dos mais reconhecidos músicos russos da atualidade, entre os quais o violinista Andrey Baranov, vencedor do Concurso Internacional de Violino Queen Elisabeth em 2012, exatamente 75 anos depois de David Oistrakh ter conseguido o mesmo feito.
E o Artemis Quartett e o Chiaroscuro Quartet, conhecidos do público da Gulbenkian Música desde 2016, que se distinguem por razões distintas. O Artemis Quartett destacou-se desde cedo pelas suas interpretações das obras de Beethoven o que levou a que, em 2004, o quarteto começasse a programar a sua própria série de apresentações na Filarmonia de Berlim, tendo sido também a formação residente da Konzerthaus, em Viena, durante o ano de 2011. O Chiaroscuro Quartet tornou-se numa referência para a música de câmara não só por ter recebido em 2015 o Prémio da Crítica de Discos da Alemanha, como por ser um quarteto que tenta recriar o ambiente em que as peças foram originalmente ouvidas, com os instrumentos da época, e por fim por contar, entre os seus instrumentistas, com a aclamada violinista Alina Ibragimova. Todos, indubitavelmente, virtuosos músicos.
Quatuor Arod, o multipremiado e jovem quarteto fundado na Bélgica em 2013, irá interpretar, entre outras, o “Quarteto para cordas nº1”, criado em 2017 por um dos mais jovens e reconhecidos compositores franceses contemporâneos, Benjamin Attahir. Por fim o Elias String Quartet, reconhecido pelas suas enérgicas a vibrantes atuações e pelo projeto Beethoven – concertos gravados ao vivo da obra integral de quartetos de cordas de Beethoven – que concluiu em 2015, destaca-se também por contar, há 11 anos, com a mesma formação, constituída por duas irmãs franco-catalãs, um sueco e um escocês.
Após esta sucinta apresentação, eis o programa obrigatório para a sua agenda cultural, de Lisboa:
27/01, 15h00 – David Oistrakh String Quartet. Interpreta: Sergei Rachmaninov “Quarteto para Cordas n.º 1”; Dmitri Chostakovitch “Quarteto para Cordas n.º 3, em Fá maior, op. 73”; Piotr Ilitch Tchaikovsky “Quarteto para Cordas n.º 1, em Ré maior, op. 11”; Niccolò Paganini “Caprichos op. 1 n.º 20 e n.º 24 (transcrição para quarteto de cordas de Fedor Belugin)”.
27/01, 18h00 – JACK Quartet. Interpreta: Andreia Pinto Correia “Quarteto para Cordas n.º 1, Unvanquished Space (Estreia Absoluta – Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian)”; Iannis Xenakis “Tetras (Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian – 1983)”; Georg Friedrich Haas “Quarteto para Cordas n.º 9”.
27/01, 21h00 – Artemis Quartett. Interpreta: Wolfgang Amadeus Mozart “Quarteto para Cordas n.º 23, em Fá maior, K. 590”; Béla Bartók “Quarteto para Cordas n.º 2, Sz. 67”; Wolfgang Amadeus Mozart “Quarteto para Cordas n.º 19, em Dó maior, K. 465, ‘Das dissonâncias’”.
28/01, 15h00 – Quatuor Arod. Interpreta: Wolfgang Amadeus Mozart “Quarteto para Cordas n.º 15, em Ré menor, K. 421”; Anton Webern “Langsamer Satz, Bagatelas, op. 9”; Felix Mendelssohn Bartholdy “Quarteto para Cordas n.º 2, em Lá maior, op. 13”.
28/01, 18h00 – Elias String Quartet. Interpreta: Franz Schubert “Andamento de Quarteto para Cordas em Dó menor, D. 703, Quartettsatz”; Leoš Janácek “Cartas íntimas, quarteto para cordas n.º 2”; Franz Schubert “Quarteto n.º 14, em Ré menor, D. 810, A Morte e a Donzela”.
28/01, 21h00 – Chiaroscuro Quartet. Interpreta: Johann Sebastian Bach “A Arte da Fuga, BWV 1080 (seleção)”; Fanny Mendelssohn “Quarteto para Cordas em Mi bemol maior”; Ludwig van Beethoven “Quarteto para Cordas n.º 14, em Dó sustenido menor, op. 131”.
A não perder, na Fundação Calouste de Gulbenkian. •
