Se ainda não fechou a agenda de Outubro que ontem lhe pedimos para abrir para tomar nota de concertos de Egberto Gismonti, mantenha-a aberta. Hoje é dia de acrescentar ao Outono o nome obrigatório de Anna Calvi.
Anna Calvi, caso por descuido ou distracção ainda não faça parte da sua playlist, é uma cantora e compositora britânica de indie rock (natural de Londres) que tem sido comparada a artistas como Patti Smith, PJ Harvey ou Siouxsie Sioux. Acredite, não é de somenos, esta senhora que tem na música um modo de existir e ser maior. Com diploma pela Universidade de Southampton em violino e guitarra, a música entra na sua vida bem cedo aos seis anos (o violino) e aos oito (com a guitarra), um inevitável mundo para quem se diz uma eterna sonhadora. Influências do mundo clássico? Messiaen, Ravel e Debussy. E depois há Django Reinhardt, John McLaughlin, David Bowie, Nick Cave, Velvet Underground, Roy Orbison e Ennio Morricone. Como vê, bebe de fontes de água fina.
Em 2011 edita o álbum de estreia homónimo, sendo logo e merecidamente nomeado para o Mercury Prize 2011, concorrendo assim, com os álbuns de Adele e PJ Harvey (que arrecadou o prémio). Ainda no mesmo ano, Anna Calvi foi incluída na lista BBC Sound of 2011, que elege os 15 artistas mais promissores. Em 2013, lança o seu segundo álbum de originais – “One Breath” – que recebeu rasgados elogios da crítica especializada. Calvi justifica o título dizendo “One Breath é o momento antes de tu te conseguires abrir com alguém, e é sobre como isso é tão aterrorizante. É assustador e emocionante. Também é cheio de esperança, porque o que quer que venha a acontecer ainda não aconteceu.” E foi novamente nomeada para o Mercury Prize, com este novo álbum. Com colaborações para cinema – para o filme “The Divergent Series: Insurgent” – e em homenagens a David Bowie, em 2017 anuncia que escreveu a música para uma ópera – “The Sandman” -, ópera baseada num conto de Ernest T. A. Hoffman.
Anna Calvi está de volta com um novo álbum, neste 2018. A artista, a quem Brian Eno se referiu como “a melhor coisa que aconteceu a seguir a Patti Smith“, edita o seu terceiro álbum, “Hunter”, a 31 de Agosto e anuncia extensa tour europeia que passa por Portugal: Porto, Hard Club, a 19 de Outubro, e Lisboa, Capitólio, no dia seguinte. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais a partir do dia 8 de Junho. Produzido por Nick Launay (Nick Cave, Grinderman), “Hunter” foi gravado pela banda de Anna Calvi, a que se juntou Adrian Utley dos Portishead nos teclados e Martyn Casey dos The Bad Seeds no baixo, e revela uma Anna Calvi a explorar a sua guitarra e a sua voz praticamente no limite, como nunca a ouvimos. “Don’t Beat The Girl Out Of My Boy” é o primeiro single, está disponível a partir de hoje, e já tem vídeo oficial realizado por William Kennedy, colaborador de Kendrick Lamar, e coreografado por Aaron Sillis (FKA Twigs). Obrigatório.
“Depois do EP em colaboração com David Byrne, ‘Strange Weather’, de 2014, que se seguiu ao álbum ‘One Breath’ de 2013 e ao homónimo álbum de estreia de 2011, este ‘Hunter’ representa uma catarse para a cantautora e virtuosa guitarrista que navega um território de verdade como ainda não ousara. Mais visceral do que nunca, Anna Calvi olha de frente a temática da sexualidade e das questões de género num registo que tem tanto de forte, quanto de vulnerável. Assim a encontraremos em Portugal já em Outubro.” As datas para a sua agenda:
19/10, 22h00 – Hard Club, Porto.
20/10, 22h00 – Capitólio, Lisboa.
A não perder o concerto. A ter de ter o novo álbum, como prenda de verão inevitável. •