Está de regresso o festival com carimbo da Lux Records, e co-organizado pela Câmara Municipal de Coimbra e Convento São Francisco, que leva ao mesmo palco a fervilhante cena rock de Coimbra. Este ano: concertos, lançamentos, exposições, oficinas, documentários e feira de discos. Tudo a ter de estar em destaque na sua agenda da Lusa Atenas, é imperativo.
No próximo mês de Setembro, o Festival Lux Interior volta naturalmente a fazer do belo Convento São Francisco, em Coimbra, a sua casa. Em palco, alguma da melhor música com origem naquela cidade, alguma da melhor alguma vez feita em Portugal. Não, não estamos a exagerar e se tem dúvidas… É porque ainda não ouviu o que de tão bom a cidade produz.
Tendo como ponto de partida a actividade de mais de 20 anos da Lux Records (do incansável e imparável Rui Ferreira), o festival aposta forte na 2ª edição confirmando hoje alguns dos nomes mais emblemáticos do seu catálogo que trazem consigo novidades surpreendentes. São eles, nem mais nem menos, The Legendary Tigerman, Belle Chase Hotel, Ruby Ann, Portuguese Pedro, The Twist Connection, The Walks e Birds Are Indie.
O arranque, programado para dia 13 de Setembro (21h45), dá-se com dois nomes maiores da mítica história do rock em Coimbra: Ruby Ann, uma das cantoras portuguesas de maior relevo na cena rockabilly/rock and roll/country, que está de volta aos palcos depois da aventura com os seus Boppin’ Boozers. E por falar neles, a noite abre com Portuguese Pedro, projecto de Pedro Serra que continua apostado na evocação da estética musical dos anos 1940 e 1950, bebendo inspiração em Hank Williams ou Johnny Cash. Ambos, viciantes no seu ritmo.
The Legendary Tigerman, figura de culto que dispensa quaisquer apresentações, sobe ao palco a 14 de Setembro (21h45). Nome indissociável da história do rock em Coimbra, e em Portugal, Paulo Furtado (Tédio Boys, WrayGunn) regressa a casa com “Misfit”, o sexto álbum de originais que consolidou, definitivamente, a sua condição de nome maior da música nacional e reforçou a sua dimensão além-fronteiras.
Na primeira parte, uma das bandas mais surpreendentes dos últimos anos, The Twist Connection. A banda de Kaló (Tédio Boys, WrayGunn, Bunnyranch, Parkinsons), Samuel Silva (Jack Shits) e Sérgio Cardoso (É Mas Foice, WrayGunn) prometem incendiar o Convento São Francisco com o seu rock‘n’roll que traz uma urgência e originalidade raras nos dias de hoje. Ambos, imperativos na cena musical de cá e mais além.
Os Belle Chase Hotel são, naturalmente, um dos cabeças de cartaz desta edição. Vinte anos depois de “Fossanova” (1998), a banda de JP Simões, Pedro Renato, Raquel Ralha e companhia está de regresso aos palcos… e aos discos! Calma, Setembro chega num instante. Dia 15 de Setembro (21h45) vai poder ouvir-se, pela primeira vez, o novo trabalho desde “La Toilette des Étoiles” (2000) que está agora a ser preparado em estúdio, e sairá, claro, pela Lux Records.
Simultaneamente, a Valentim de Carvalho prepara a reedição de “Fossanova”, em CD e vinil, para celebrar o 20.º aniversário do álbum de estreia da icónica banda de Coimbra.
A última noite do festival tem honras de abertura dadas pelos The Walks, com a apresentação do novo disco, ainda sem nome, sucessor de “Fool’s Gold” (2015), tido como um dos melhores álbuns nacionais desse ano. Ambos, a não perder, de forma alguma.
Mas as novidades não se ficam por aqui. Estamos a falar de Coimbra e sua música… Há mais porque tem de haver mais!
Dia 03 de Setembro, pelas 21h45, em jeito de noite warm-up, o Salão Brazil recebe uma das mais destacadas bandas de dreampop: os norte-americanos Luna.
Banda seminal da década de 1990, junta-se em 2018 à família Lux Records com a edição, em vinil, do disco “Luna Demos”, composto por maquetes que Dean Wareham gravou antes de formar o grupo. O concerto acompanha assim o lançamento.
A abrir a noite, a ironia delicodoce do pop dos Birds Are Indie ainda a mostrar o último “Local Affairs”. Ambos, o melhor aquecimento que se poderia querer para uma nova edição deste Festival.
Criado pelo agitador/editor/melómano e grande Rui Ferreira, o Festival Lux Interior não tem senão o notável e tão necessário objectivo de celebrar o fervilhante panorama musical da cidade de Coimbra.
De 03 a 15 de Setembro, a homenagem ao homem a quem o festival empresta o nome , uma das figuras mais inspiradoras para o rock conimbricense, o frontman dos Cramps, faz-se no presente.
Se estiver em Coimbra, é proibido ficar em casa, é proibido ter qualquer outro tipo de programa nestes dias de Lux Interior. Porque Coimbra mexe, não está parada e tem música para ser ouvida.
A ir! •