“À espera de Beckett ou quaquaquaqua” tem texto e encenação de Jorge Louraço e é o próximo espectáculo a estrear no Teatro Municipal Joaquim Benita (TMJB), em Almada, este Fevereiro.
Trata-se de uma homenagem a Ribeirinho, cuja obra foi um exemplo de talento e dedicação, numa mistura virtuosa e singular entre o lado popular e o lado erudito do teatro. Tendo isto em mente, revisitarar-se-ão as suas três encenações de “À espera de Godot” (1952). A primeira em Abril de 1959, com estreia no Teatro da Trindade, a segunda em Março de 1969 – ano em que Beckett recebe o Prémio Nobel da Literatura e se refugia no Hotel Cidadela, em Cascais –, novamente no Trindade, e a terceira em 1973, com uma companhia itinerante, apresentando a peça em Angola a colonos e militares.
Francisco Lopes Ribeiro (1911-1984), o Ribeirinho, estreou-se como actor em 1929 e dirigiu o seu primeiro espectáculo em 1935. Dever-se-á a esta proeminente figura do teatro português do século XX a introdução e reconhecimento em Portugal do ofício do encenador – para designar as funções que até então cabiam aos marcadores e aos ensaiadores. Dirigiu as companhias Teatro do Povo, Os Comediantes de Lisboa, Teatro da Mocidade Portuguesa e Teatro Nacional Popular, tendo ainda sido director do Teatro Nacional de D. Maria II. Jorge Louraço Figueira (n. 1973) é professor na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), no Porto, onde coordena a Pós-Graduação em Dramaturgia. Encenador e dramaturgo, foi crítico de teatro no jornal Público entre 2005 e 2017 e desenvolve intensa e continuada actividade – académica mas não só – como investigador em teatro.
Uma peça a não perder, no último fim-de-semana deste mês, em Almada.
Alinha? •