Trincadeira e Aragonês são, uma vez mais, as castas seleccionadas para a feitura desta boa nova anunciada pela Adega Cartuxa, pertencente à Fundação Eugénio de Almeida.
Passados 29 anos, desde a sua primeira produção, é chegada a vez de dar a conhecer a 15.ª colheita do Pêra-Manca tinto 2014. Este é considerado “um ano que poderia ter sido complicado, mas foi extraordinário”, declara Pedro Baptista, o enólogo da Adega Cartuxa – o centro de estágio de vinhos e sede do Enoturismo Cartuxa –, localizada às portas da cidade de Évora, no Alentejo, a qual integra a Fundação Eugénio de Almeida, impulsionadora deste ícone do universo vínico do país.
“Até à vindima, tinha sido um ano muito bom, com uma primavera bastante amena, um verão ameno, o tempo de maturação que permitiu que este vinho tenha frescura, concentração”, continuou o enólogo desta casa, ao som dos acordes de Carlos Paredes na guitarra de Coimbra.
Estamos, portanto, perante um vinho produzido apenas “quando os requisitos de excepcional qualidade se cumprem”, segundo o comunicado de imprensa. À semelhança da colheita de 2013, que deu entrada no mercado em 2017, este Pêra-Manca tinto 2014 foi feito a partir das castas portuguesas Trincadeira e Aragonês – com uma ligeira predominância da primeira – vindimadas em “talhões seleccionados” com mais de 35 anos.
“Depois de colhidas, estas uvas foram processadas na Adega da Cartuxa, na Herdade de Pinheiros, em 2014”, onde “a escolha já foi feita com o auxílio das mesas de escolha óptica”, acrescentou Pedro Baptista. A fermentação ocorreu em balseiros de carvalho francês e o estágio, que durou 18 meses, foi feito em tonéis de carvalho francês. De acordo com a tradição, o estágio em garrafa decorreu nas caves do Mosteiro da Cartuxa.
José Mateus Ginó, presidente do Conselho Executivo da Fundação Eugénio de Almeida agradeceu, por sua vez, “às cerca de 200 pessoas que trabalham na Fundação Eugénio de Almeida”, projeto filantrópico “que tenta provir do bem-estar social, educativo e assistencial da região de Évora. Foi para isso que Vasco Maria Eugénio de Almeida a criou”.
Por outro lado, enalteceu o esforço que tem vindo a ser feito pela instituição: “O nosso propósito é criar na Fundação [Eugénio de Almeida] um projeto identitário que seja o reflexo daquilo que o Alentejo faz de forma diferente de todos os outros lugares.”
O presidente do Conselho Executivo da Fundação Eugénio de Almeida reforçou, ainda, o papel desempenhado no que ao projecto vitivinícola diz respeito e todo o cuidado acrescido com o trabalho na vinha. “Certamente ter-vos-á deixado, de alguma forma, boquiabertos aquilo que viram hoje à tarde naquela vinha que, recentemente, plantamos e que é, digamos assim, uma forma de condução muito partícular e única no Alentejo”, diz ao referir-se à mais recente vinha denominada de Álamo de Cima, localizada em Évora.
E conclui: “não é um projeto de rico é um projeto de quem acredita naquilo que faz. Portanto é nesta diferença que nós queremos apostar estamos convencidos que vamos tirar partido hoje em dia e daqui para o futuro.”
Brindemos!