Festival das Artes 2019

De 19 a 28 de julho, o Festival das Artes tem regresso agendado para Coimbra, com a sua 11.ª edição. Durante dez dias e sob o mote “Luz e Sombra”, o festival traz sete ciclos com 28 eventos, nas mais diversas áreas, da música à gastronomia, da dança às artes visuais. Tudo a colocar na sua agenda cultural.

O Anfiteatro Colina de Camões, nos jardins da Quinta das Lágrimas, continua a servir como âncora deste festival, que se volta a espalhar pela cidade, do Convento São Francisco à Biblioteca da Universidade de Coimbra, do Edifício Chiado ao Museu Machado de Castro, as Artes preenchem assim, de novo, a cidade. Este ano, o festival não podia deixar de assinalar na sua programação os dois centenários incontornáveis: o do nascimento da poeta Sophia de Mello Breyner Andresen e do ficcionista, crítico literário, poeta e tradutor, Jorge de Sena.


© Camerata Atlântica, Patrycja Gabrel

A programação inclui vários concertos, entre os quais se destacam três orquestras nacionais e uma internacional, que prometem encher as noites de música clássica; três exposições; um bailado; o programa educativo dedicado aos mais novos e ao convívio destes com os mais velhos, um ciclo de gastronomia, um ciclo de conferências e, como já vem sendo hábito, uma especialíssima sessão de cinema.

O concerto de abertura “Amor e Paraíso”, no dia 19 de julho, apresenta-se em estreia mundial em língua portuguesa, com a soprano Susana Gaspar a seguir as pisadas de Sarah Bernhardt e declamar poemas de Paul Armand Silvestre, numa peça composta por Isaac Albéniz para esse propósito. Sob direcção musical de Bruno Borralhinho, o Ensemble Mediterrain vai ainda apresentar a Sinfonia nº. 4 em Sol Maior de Mahler, numa versão para ensemble instrumental e soprano de Erwin Stein (c. 52′). Duas peças que traçam o caminho da sombra da complexidade à luminosidade da ascenção ao que é mais elevado, ao paraíso.


© Avres Serva, Nuno Oliveira

“Luz e Sombra” é também o tema das três exposições que o festival oferece este ano. Do episódio da Ilha dos Amores, ponto de partida de toda a acção de “Os Lusíadas”, à pintura de Josefa d’Óbidos, o Festival das Artes explora a forma como estes dois conceitos, tão interdependentes, acontecem e têm expressão nas artes. De destacar ainda o ciclo de conferências, que este ano cresce, com três sessões e que nos vai trazer oradores como Francisco Gil, Maria do Céu Fialho, Cristina Zhou e José Carlos Seabra Pereira.

Depois do sucesso do ano passado, o Ciclo do Cinema, regressa no dia 20 de julho, em formato drive-in com a exibição do clássico obrigatório “Cinema Paraíso”, o filme franco-italiano que a todos fez apaixonar, novamente, pela sétima arte, escrito e realizado por Giuseppe Tornatore e com música de Ennio Morricone.


© Alma Nuestra

Ainda a 20 de julho, é celebrado o centenário do nascimento de Jorge de Sena com a viagem literária, Jorge de Sena – Viagem Literária entre Coimbra e Figueira da Foz, que recorda a sua vida e obra. “Tudo Quanto Vi” – Um poema Coreográfico para Sophia é a proposta, a 23 de Julho, que celebra o centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen. Uma performance poética que liga a dança à poesia. Mágico, com certeza.

Dia 22 de julho, confirmando a relevância que o Festival das Artes tem vindo a construir, ano após ano, a Universidade de Coimbra tem o prazer de oferecer, na histórica e belíssima Biblioteca Joanina, um Recital de Piano, que integra também a programação.

É a 24 de julho que o Anfiteatro Colina de Camões recebe a prestigiada Macao Youth Symphony Orchestra, composta integralmente por estudantes que vão do ensino primário ao universitário. Pedro Neves é o maestro convidado que vai dirigir, tanto a orquestra como a violinista internacional Nancy Zhou. “A Luz do Oriente” vai trazer composições de Doming Lam, o concerto para violino Butterfly Lovers, de Chen Gang & He Zhanhao, a suite O Pássaro de Fogo, de Stravinsky e o Nocturno de António Fragoso.


© Orquestra Filarmónica Portuguesa, Cristiana Oliveira

Dia 25 de julho, o anfiteatro enche-se novamente para ouvir os Alma Nuestra, a banda criada por dois amigos de longa data – Salvador Sobral e Victor Zamora – e que trazem sons da América Latina com roupagem jazz. Uma parceria entre o Festival das Artes e o Quebrajazz.

Dia 28 de julho o Festival das Artes encerra a sua programação com o concerto “O Brilho da Ópera”, pela Orquestra Filarmónica Portuguesa. O concerto desta noite vai trazer a magia das grandes árias à noite de Coimbra. Com Osvaldo Ferreira na condução da orquestra, a soprano Cristiana Oliveira e o tenor Carlos Cardoso vão interpretar momentos icónicos da “Tosca” e “Madame Butterfly”, de Puccini ou a abertura de “Tannhäuser”, de Wagner, passando por tantos outros.


© Giosuè De Vicenti

Para o ajudar a organizar a sua agenda do Festival, ficam alguns destaques desta edição que está quase a chegar:
19/07
, 21h30 – Música – “Amor e Paraíso” Ensemble Mediterrain, Convento São Francisco.
20/07, 21h30 – Cinema – “Cinema Paradiso”, Parque de Estacionamento do Teatrão.
21/07, 21h30 – Música – “Na Sombra da Cruz” Camerata Atlântica, Convento São Francisco.
22/07, 20h30 – Gastronomia – Jantar Gourmet “Cozinha com Alma”, Hotel Quinta das Lágrimas.
22/07, 21h30 – Música – “Contrastes Luminosos” Recital de Piano por Giosuè De Vicenti, Biblioteca Joanina (lotação limitada, aconselhada reserva).
23/07, 21h30 – Dança – “Tudo Quanto Vi” Poema Coreografado para Sophia, Bailado de Homenagem a Sophia de Melo Breyner Andresen, Anfiteatro Colina de Camões.
24/07, 21h00 – Música – “A Luz do Oriente” Macau Youth Symphony Orchestra, Anfiteatro Colina de Camões.
25/07, 21h00 – Música – “Reflexos Latinos” Alma Nuestra, Anfiteatro Colina de Camões.
26/07, 21h00 – Música – “Fado e Piano” Maria Ana Bobone, Anfiteatro Colina de Camões.
27/07, 21h30 – Música – “Cores Graves” Avres Serva, Antiga Igreja do Convento São Francisco.
28/07, 21h00 – Música – “O Brilho da Ópera” Orquestra Filarmónica Portuguesa, Anfiteatro Colina de Camões.

Para aceder ao programa completo do Festival basta clicar no link no final desta nota.
E, por fim, resta-nos dizer que ficar em casa, durante o Festival, é proibido. É ir e desfrutar de um programa de excelência. •

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© Fotografia de destaque: Macau Youth Symphony Orchestra, em Dresden.

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